A Embraer, fabricante brasileira de aeronaves, está prevendo um aumento significativo nas receitas de sua unidade de manutenção portuguesa OGMA, à medida que expande seu trabalho nos motores turbofan com GTF PW1000G da Pratt & Whitney. Com a Embraer detendo 65% da OGMA, os executivos esperam uma triplicação das receitas num futuro próximo, à medida que os trabalhos de manutenção se aceleram.
Tendo sido autorizada como centro de serviços GTF em novembro de 2020, a OGMA está no caminho para realizar a manutenção dos PW1100G, conforme indicado pelo fabricante, após os recentes problemas. Os motores equipam as aeronaves da família Airbus A320neo e devem ser revisados antes de abril de 2024.
Localizada em Alverca, perto de Lisboa, a OGMA também realizará revisões nos PW1900Gs, utilizados em Embraer E-Jet-E2s, e manifestou interesse em fazer a manutenção do PW1500G para o A220.
O CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, durante a teleconferência de resultados do terceiro trimestre da empresa, enfatizou a importância deste contrato para a OGMA, afirmando que ajudará a triplicar as suas receitas nos próximos dois a três anos. Apesar da OGMA ter gerado 217 milhões de dólares em receitas em 2022, com um prejuízo de 19,5 milhões de dólares, Gomes Neto acredita que as receitas se aproximarão dos 500 milhões de dólares até 2025, sendo esperado um maior crescimento.
O CFO da Embraer, Antonio Carlos Garcia, acrescentou que a OGMA pode sofrer um impacto positivo com o recente recall da Pratt & Whitney de mais de 1.000 motores PW1100G em serviço devido a potenciais defeitos nas turbinas e nos discos do compressor. Embora os problemas de fabricação envolvam metal em pó usado na produção dessas peças, a P&W tem trabalhado para garantir vagas de manutenção para os motores afetados, que exigem inspeções antecipadas ou discos de substituição.
O foco no GTF representa uma mudança na estratégia de pós-venda da Embraer em direção ao que seus executivos chamam de trabalho “agnóstico”, abrangendo serviços não diretamente relacionados às suas próprias aeronaves. A divisão de serviços da Embraer relatou receita de US$ 1,3 bilhão em 2022.
