Empresa aérea recusa embarque de casal cego com bebê de colo e os deixa ilhados

Avião Airbus A350-900 SAS Scandinavian Airlines
Airbus A350-900 da SAS Imagem: Dylan T / CC BY 2.0, via Wikimedia

Um casal de passageiros com deficiência visual, que estava viajando com sua bebê de um ano e tentando voltar para sua casa na Islândia, foi impedido de embarcar em dois voos de uma mesma companhia aérea, sob a alegação de que eles não tinham um acompanhante para deficientes.

Eythor Kamban Thrastarson e Emilia Pykarinou conseguiram viajar de Reykjavík, na Islândia, para Atenas, na Grécia, sem problemas, mas ao tentarem retornar no último dia 2 de dezembro, o casal se viu à mercê de funcionários do aeroporto, que insistiram que não poderiam viajar com seu filho de um ano, a menos que tivessem um ajudante.

O casal islandês, que já tem experiência em viagens, havia reservado um voo com a Scandinavian Airlines System, conhecida como SAS, e deveria voar de Atenas para Reykjavík com uma curta escala em Copenhague, na Dinamarca, para troca de aeronave.

No entanto, na chegada ao aeroporto de Atenas, a equipe de terra impediu o trio de embarcar no voo de volta para casa, a menos que tivesse o ajudante – um processo que exigiria que eles reservassem um assento adicional a bordo de ambos os voos. Eythor e Emilia se recusaram a desembolsar o dinheiro adicional e tiveram o embarque negado pela companhia aérea. Dois dias depois, eles tentaram novamente embarcar no aeroporto de Atenas, mas foram novamente impedidos.

No final, o casal ficou retido na Grécia por uma semana e só voltou para casa no dia 9 de dezembro, após pedir a um passageiro aleatório do seu voo para ser seu acompanhante durante a viagem. De acordo com o Iceland Review, o casal pretende entrar com uma ação legal junto a Blindrafélagið, Associação Islandesa de Deficientes Visuais, com o apoio do cônsul islandês na Grécia. 

Isso ainda não acabou”, disse Eyþór, ressaltando que a política da companhia aérea permite que crianças de até cinco anos viajem desacompanhadas. “Não estamos nada bem com o fato de termos recebido ordens para encontrar alguém para voar conosco, muito menos pagar por isso.

Nesta semana, conforme repercutido pelo AEROIN, outro caso envolvendo uma companhia aérea e um passageiro deficiente que foi impedido de voar por conta de suas limitações de mobilidade, foi noticiado.

Na ocasião, Craig Nolan foi à imprensa internacional para reclamar da Qatar Airways, após supostamente ter sido expulso de um voo porque estava viajando sozinho. Segundo seu relato, a companhia alegou que, por conta de uma doença na coluna, ele precisaria de ajuda para usar o banheiro durante um voo de 14 horas entre Melbourne (Austrália) e Doha. 

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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