A Boeing está sob novo escrutínio das autoridades americanas, agora relacionado à falta de aperto em parafusos do 787 Dreamliner. O problema, que foi uma das causas apuradas até agora para que uma porta tampão saísse voando de um 737 MAX 9, pode estar acontecendo também nos maiores jatos Dreamliner.
As acusações vêm agora de Sam Salehpour, ex-engenheiro da Boeing que trabalhou por 10 anos no projeto do 787, e afirmou perante às autoridades que as seções da fuselagem do Dreamliner não tinham os parafusos apertados corretamente, já que as peças vinham de fornecedores diferentes e, por vezes, estavam com encaixes distintos, fora de especificação.
Segundo o Yahoo! News, a Boeing já sabia desse problema, mas após uma análise inicial afirmou que não é algo que causaria um problema de segurança em voo.
O ex-funcionário afirma que, como os parafusos não conseguiam ser enroscados corretamente devido aos defeitos de fabricação, a Boeing instruía os funcionários para que eles forçassem as seções da fuselagem uma contra outra para fechar os buracos deixados pelo mal encaixe. Isso, segundo Salehpour afirma, estaria gerando um estresse adicional na peça, que poderia vir a falhar em voo após bastante tempo de operação da aeronave.
Salehpour afirma que, enquanto era empregado, alertou seus superiores sobre o problema, e após sua insistência no caso, foi repreendido e transferido para o programa do 777, onde novamente encontrou problemas similares, mas menos graves, como informa o Yahoo! News.
Uma audiência no Senado com o ex-engenheiro da Boeing está prevista para o próximo dia 17 de abril.
