Exercício Escudo-Tínia da FAB chega ao fim e acumula incríveis 500 horas de voo; assista ao vídeo

Imagem: Força Aérea Brasileira / Sgt Müller Marin

As atividades intensas das mais de 30 aeronaves envolvidas no Exercício Conjunto Escudo-Tínia 2023 chegaram ao fim na última sexta-feira (17/11). Com enfoque em missões COMAO (Combined Air Operations), as diversas aeronaves, incluindo Caça, Inteligência, Vigilância e Reconhecimento, Asas Rotativas e de Transporte, totalizaram mais de 500 horas de voo durante o treinamento.

O exercício, realizado nos Pampas Gaúchos, teve como principal objetivo cumprir ações de força aérea complementares para assegurar a superioridade aérea em um cenário de guerra convencional e regular. Mais de 1.200 militares estiveram envolvidos, atuando de maneira coordenada e em apoio mútuo.

Um diferencial marcante deste ano foi o foco no adestramento em operações multidomínios, abrangendo os âmbitos aéreo, terrestre, marítimo, espacial e cibernético. As forças armadas, com perfis e doutrinas específicas, operaram de forma integrada para enfrentar desafios mais complexos.

No cenário espacial, o exercício alcançou uma notável complexidade. Foram utilizadas mais de 90 imagens satelitais provenientes de diferentes estações meteorológicas, fortalecendo as capacidades de busca, vigilância e detecção de mudanças. Essas informações foram cruciais para o desenvolvimento de conhecimentos em Inteligência, Vigilância e Reconhecimento satelital, proporcionando prontidão e precisão na entrega de informações essenciais.

A célula Espaço do EXCON, atuando na observação de atividades logísticas em áreas estratégicas, demonstrou a efetividade do uso de ativos espaciais. Detectando mudanças nas áreas previamente às operações de superfície e aéreas, essas informações serviram como alertas cruciais para os planejadores de missão, dentro do contexto da Tínia.

Imagem: Força Aérea Brasileira / Sgt Müller Marin

No âmbito aéreo, os pilotos enfrentaram um novo desafio: operar tanto de forma ofensiva quanto defensiva, em proporções igualitárias. Atuando ora como força oponente, ora como força atacante na mesma operação, os pilotos foram desafiados a se adaptar a diferentes cenários.

Em solo, a atuação em operações multidomínios também se destacou. Sob a coordenação do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), simulações diversas foram conduzidas, incluindo ataques cibernéticos às Unidades de Infantaria (UInf) da FAB e aos Grupos de Artilharia Antiaérea (GAAAe) das três Forças Armadas. Estas simulações ocorreram em Santana da Boa Vista (RS), no interior do Rio Grande do Sul.

O Tenente-Coronel Aviador Rafael Lemos Paes, representante da Terceira Subchefia do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), destacou a importância dessas operações multidomínios, ressaltando a detecção de mudanças e o uso estratégico dos ativos espaciais como elementos fundamentais para o sucesso das missões no contexto da Tínia.

Imagem: Força Aérea Brasileira

Apoio Logístico à Defesa Antiaérea

Cerca de 350 militares das Unidade de Infantaria da FAB e dos Grupos de Artilharia Antiaérea das três Forças, alocados em Santana da Boa Vista (RS) foram apoiados pelo Escalão Móvel de Apoio (EMA), com hospedagem, alimentação, higienização, comunicações, segurança e saúde.

Nesse contexto, foram realizadas mais de 20 mil refeições no Exercício, 294 atendimentos de saúde emergencial e 191 atendimentos de odontologia. Certamente garantimos que o bem-estar da tropa estivesse sempre maximizado, para que nossos militares pudessem cumprir com excelência o treinamento proposto pelo EXCON”, destacou o Comandante do EMA, Major Intendente Rafael Freitas de Lima.

Imagem: Força Aérea Brasileira

Célula de Avaliação do Desempenho Operacional (CADO)

Entre as atividades realizadas na estrutura montada no Segundo Esquadrão do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (2º/1º GCC) – Esquadrão Aranha esteve a Célula de Avaliação do Desempenho Operacional (CADO), responsável pelo processo de avaliação e validação das atividades operacionais aéreas e terrestres.

O intuito foi levantar e analisar dados de emprego operacional para medir capacidades e, consequentemente, aprimorar o treinamento das equipagens empregadas no treinamento. As ações realizadas na Célula contavam com a integração de militares subordinados ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e ao Comando de Preparo (COMPREP).

A nossa tarefa principal é fazer a coordenação com as unidades aéreas para definir os perfis de voo que são interessantes, modalidades de ataque e nível de voo. Com todas essas informações fazemos a coordenação de forma que o Exercício evolua em termos de grau de complexidade para que as equipagens possam treinar desde os níveis mais básicos até as situações mais complexas em que uma incursão pode acontecer“, pontuou o Coordenador de Defesa Antiaérea da Direção do Exercício (DIREX), Major de Infantaria Vinicius Ramalho e Souza.

Imagem: Força Aérea Brasileira

Controle do Tráfego Aéreo

O EXCON Escudo-Tínia 2023 ainda contou com uma complexa infraestrutura em telecomunicações, e com grande planejamento e capacitação dos participantes de diversas especialidades multidisciplinares para realizar as atividades de Controle de Tráfego Aéreo. Para tanto, foi utilizado o Radar de Defesa Aérea TPS-B34, sediado no 2º/1º GCC, que tem como principal diferencial ser tridimensional, transportável e com uma enorme capacidade de Guerra Eletrônica.

Resultados

O Comandante do Quinto Comando Aéreo Regional (V COMAR), Major-Brigadeiro do Ar Marcelo Fornasiari Rivero, relacionou os ganhos do sucesso do EXCON Escudo-Tínia 2023 quanto a outras grandes operações da FAB. “Nessa edição, foi possível incorporar novas tecnologias que serão aplicadas nas próximas operações, como a Cruzex, por exemplo”, disse.

Em complemento, o Comandante da Base Aérea de Canoas (BACO) e Diretor do Exercício, Coronel Aviador Marcelo Zampier Bussmann ressaltou aspectos importantes da inovação trabalhada este ano. “O Exercício Conjunto Escudo-Tínia chega ao final com seus objetivos atingidos, em especial com a aplicação das ações em multidomínios. Além disso, consolida-se a interoperabilidade entre a FAB, o Exército Brasileiro e a Marinha do Brasil, nas ações de defesa do espaço aéreo”, finalizou.

Informações da Força Aérea Brasileira

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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