Falta de profissionais na aviação dos EUA gera oportunidade para brasileiros mecânicos, pilotos e comissários

Divulgação – American Airlines

“A escassez de pilotos aéreos nos Estados Unidos já resultou em um colapso no serviço aéreo no país”. É o que afirmou Faye Malarkey Black, presidente e CEO da Regional Airline Association (RAA), grupo representante de companhias aéreas regionais nos EUA.

Em reunião com o Congresso americano em abril deste ano, Faye ressaltou que a indústria aérea dos EUA está prestes a ser atingida por um “tsunami de aposentadorias de pilotos”, o que aumentará a escassez dos profissionais no país, diminuindo a disponibilidade de voos para passageiros e consequentemente pressionando as tarifas.

A notícia chama atenção para os pilotos brasileiros e comissários de bordo, mas também para outros profissionais do setor, que buscam oportunidades de emprego no país norte-americano.

De acordo com o Escritório de Estatísticas do Trabalho Americano – Bureau of Labor Statistics (BLS), ao longo da próxima década, os Estados Unidos precisarão de mais de 140 mil novos pilotos. Com isso, os brasileiros interessados e capacitados podem garantir uma boa oportunidade de viver nos EUA.

“O que observamos ultimamente é que às vezes o passageiro fica 5 horas dentro do aeroporto esperando o voo chegar de algum lugar para fazer uma manutenção e assim embarcar. Isso porque, desde a pandemia, o número de pilotos diminuiu”, afirma Pedro Botelho, CEO da Yellow Visa, startup especializada em imigração para os EUA.

“Um exemplo recente foi na Parada do Orgulho LGBTQIA+ que ocorreu domingo passado em Nova Iorque e recebeu inúmeros visitantes de diferentes estados e até mesmo países. Alguns aeroportos tiveram que remanejar os voos devido à falta de mão de obra no setor”, completou Botelho.

O executivo explica que o processo do visto para o profissional aéreo que busca morar nos Estados Unidos é o mesmo para qualquer pessoa. A única diferença é que o piloto precisa passar por uma entrevista para dizer quantas horas de voo ele possui.

“Para saber se o profissional é elegível ao visto EB2-NIW, a contagem de horas de viagem é essencial. A partir daí serão verificados os cursos, certificados, quantas línguas detém, quais aeronaves pilota, etc. A partir desse processo, é montado o pleito imigratório baseado na categoria específica de piloto. O tempo de finalização dura de 12 a 24 meses”, explica Botelho.

Ele finaliza ressaltando que este visto não é limitado apenas aos pilotos: “Com a falta de mão de obra, as companhias aéreas estão contratando pilotos e os staff members que atuam neste segmento, ou seja, comissários de bordo, engenheiros aeronáuticos, manutenção e outros. Todas as ocupações possuem um ótimo retorno financeiro além da chance de viver nos Estados Unidos”.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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