GE Aerospace terá US$ 4,5 milhões para construir e demonstrar pequeno protótipo de motor com células de combustível e uso de SAF

Concepção gráfica da aeronave de teste de propulsão elétrica híbrida – Imagem: Divulgação

O que se ganha quando se combina células de combustível com um motor de turbina funcionando com Combustível Sustentável de Aviação (SAF)? Para os pesquisadores da GE Aerospace, trata-se de um futuro de voo com saldo líquido zero de emissões de CO2.

A GE Aerospace informou ontem, 16 de outubro, que, após a conclusão bem-sucedida da fase de design de seu projeto FLyCLEEN, a ARPA-E (Advanced Research Projects Agency–Energy, uma agência governamental dos Estados Unidos) concedeu à GE Aerospace Research um contrato de US$ 4,5 milhões em financiamento.

O valor se destina à Fase 2, para dar o próximo passo na construção e demonstração de um subsistema de geração de energia de 25 kW integrando células de combustível de óxido sólido com uma turbina a gás alimentada com SAF para propulsão elétrica híbrida.

O uso de células de combustível poderia melhorar enormemente a eficiência da conversão da energia química do SAF em energia elétrica e aproximar-se do saldo líquido zero de emissões de CO2.

John Hong, engenheiro sênior de pesquisa de combustão da GE Aerospace e líder do projeto FLyCLEEN, diz que a equipe está aproveitando quase duas décadas de experiência em tecnologia de célula de combustível de óxido sólido para apoiar o desenvolvimento e demonstração de um sistema de geração de energia de alta eficiência com menores emissões de carbono.

Ele afirma: “A integração de células de combustível no sistema de propulsão de motores a jato representa uma tecnologia híbrida potencialmente promissora para tecnologias adicionais de eficiência de combustível em aplicações de aeronaves de maior empuxo. E o uso de SAF demonstra a compatibilidade com combustíveis com baixo teor de carbono para capturar ainda mais benefícios de redução de CO2.” 

Hong explicou que esta abordagem híbrida utiliza SAF tanto nas células de combustível como nas turbinas a gás. Uma parte do SAF é transformada em Syngas (gás de síntese) para alimentar as células de combustível, enquanto o restante do SAF é consumido no motor de turbina a gás. Este é um conceito novo para combinar os dois.

Hong acrescentou: “Este é um momento muito emocionante para a indústria aeroespacial. Desde células de combustível e SAF até avanços na energia elétrica, hidrogênio e até novas arquiteturas de motores, como o nosso design de fan aberto, estamos assistindo a uma confluência de tecnologias que impulsionam o progresso em diversas frentes. E precisaremos de todos os novos investimentos e parcerias públicas, como temos com a ARPA-E, para cumprir a meta da indústria de zero emissões líquidas de CO2 até 2050.”

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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