O abatimento de um jato civil por um grupo ligado à Rússia completou hoje 9 anos e os responsáveis pelo homicídio, como julgado em um tribunal holandês, seguem impunes.
No dia 17 de julho de 2014, um Boeing 777 da Malaysia Airlines que cumpria o voo MH-17, de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi abatido por um míssil russo durante a primeira invasão da Ucrânia, iniciada semanas antes na Crimeia. O jato levava 298 pessoas a bordo, que morreram na hora em que o míssil disparado por rebeldes, fornecido por Moscou, acertou a aeronave.
A Rússia, de início, reportou pela mídia estatal TASS que os rebeldes abateram um Antonov An-26 da Ucrânia, fato que foi alterado depois para ser compatível com a falsa narrativa de Moscou de que o míssil foi disparado pelos ucranianos e não pelos invasores.
Mais tarde, surgiram imagens mostrando que o lançador Buk entrando e saindo da região de lançamento, vindo da Rússia e pertencente à 53º Brigada Antiaérea de Mísseis do Exército da Rússia.
Também começaram a surgir imagens de separatistas russos ao lado dos destroços, posando e comemorando o assassinato de quase 300 pessoas.
A narrativa da Rússia
Moscou desde o início negou envolvimento no abate, apesar das informações iniciais dos jornais do país apontarem um abatimento de outra aeronave, no mesmo lugar e dia, que nunca foi confirmado.
Após pressão internacional, e quase um ano após o abatimento, o Ministério da Defesa da Rússia e a fabricante do míssil Buk criaram a história de que o míssil, de fato, era russo, mas não utilizado pelos separatistas e sim que foi entregue para a Ucrânia no final da década de 1990, e que isso foi possível determinar pelo número de série do míssil.
Sem demonstrar prova comparativa, foi feito um teste em solo mostrando como seria o dano do míssil Buk usado na época pela Rússia, e como ele seria “diferente” do impacto da versão usada na Ucrânia.
Moscou nunca esclareceu como um míssil ficou 20 anos sem ser usado e por que ele teria sido disparado dentro de uma área inimiga, além das imagens mostrarem um mesmo lançador, de propriedade do exército russo, indo e vindo pela região.
Até hoje, nenhum dos responsáveis foi preso e a Rússia só foi sancionada quando decidiu lançar uma nova invasão à Ucrânia em 2022.