Incluindo lançamentos com aviões C-105 e KC-390, mais de 30 mil cestas de alimentos foram entregues na TIY

A Força Aérea Brasileira (FAB) informou nesta semana que as Forças Armadas ultrapassaram a marca de 30 mil cestas de alimentos entregues, desde fevereiro deste ano, a comunidades localizadas na Terra Indígena Yanomami (TIY), na fronteira entre Brasil e Venezuela.

O número foi atingido na última quarta-feira, 16 de agosto, com a entrega de 600 cestas às comunidades de Hadianay, Serrinha, Natureza, Bebedor, Mangueiral, Pedral, Korokoro, Omano e Cajaí, localizadas na região de Apiaú.

Desde que foram acionadas, as Forças Armadas mobilizaram militares e meios aéreos para atuar na missão de ajuda humanitária. Já foram entregues, até o momento, o equivalente a cerca de 600 toneladas em alimentos aos indígenas da TIY, em ações conjuntas que envolvem a Marinha do Brasil (MB), o Exército Brasileiro (EB), a Força Aérea Brasileira (FAB), a FUNAI e outros órgãos federais.

Os alimentos distribuídos foram fornecidos pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), que considera a alimentação típica dessas comunidades para a composição da cesta. Entre os itens estão arroz, farinha de mandioca, leite em pó, flocão e castanha.

O Chefe do Estado-Maior Conjunto da Operação Ágata, Brigadeiro do Ar Paulo Ricardo da Silva Mendes, destacou que a marca atingida é fruto do esforço de um minucioso trabalho logístico e de um grande número de militares e meios empregados nas missões, visto que a TIY é uma região de difícil acesso, os locais de pouso são extremamente restritos e as distâncias a percorrer são muito grandes.

“Essa complexidade requer o transporte diário de cestas por aeronaves de asas fixas e rotativas, bem como o lançamento de cestas no ar. Além disso, é preciso ter uma grande equipe em solo para receber essas cestas, fazer a organização e a distribuição”, pontuou.

Preparação e lançamento

O material lançado é todo preparado e armazenado na Base Aérea de Boa Vista por uma equipe composta de fiscal de preparação de cargas e montadores, em um trabalho conjunto do Exército e da FAB.

Nesse processo, são colocados os equipamentos e os paraquedas sobre as cargas montadas no método CDS (do inglês Container Delivery System). Além do trabalho de instalação, os militares das Forças Armadas realizam o recolhimento do material em solo.

Para os lançamentos na aeronave C-105, são utilizados dois paraquedas do tipo G-13, cada um suportando até 227 quilos. Na aeronave KC-390, os paraquedas utilizados são o G-12, com capacidade para suportar até uma tonelada, e o C-6, um conjugado de seis paraquedas que possui a mesma capacidade de suporte.

Imagem: Batalhão de Dobragem, Manutenção de Pára-quedas e Suprimento pelo Ar
Imagem: Força Aérea Brasileira
Imagem: Força Aérea Brasileira

Após os lançamentos, equipes de terra em Surucucu, coordenadas pelo Batalhão de Dobragem, Manutenção de Paraquedas e Suprimentos pelo Ar (B DOMPSA), realizam o recolhimento de todo o material de paraquedas e cadarçarias e aguardam a chegada da aeronave C-98 Caravan da FAB, que é responsável por levar de volta para a Base Aérea de Boa Vista (BABV) todo esse material, para que sejam feitas as dobragens dos paraquedas e a montagem de novos CDS para lançamentos do dia seguinte.

Distribuição

Já em solo, as cestas são colocadas nos helicópteros da Marinha, do Exército e da Força Aérea, que fazem a distribuição para as comunidades indígenas apontadas pela FUNAI, que é o órgão responsável por designar a localidade que será abastecida com os mantimentos.

O transporte e a entrega de alimentos fazem parte de uma das frentes de ação das Forças Armadas, abrangendo as operações Escudo Yanomami e Ágata Fronteira Norte. Além do apoio humanitário prestado desde fevereiro deste ano, o Decreto nº 11.575, de 21 de junho de 2023, estabeleceu também a atribuição de combate aos crimes transfronteiriços e ambientais na TIY.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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