A LATAM Airlines estaria procurando os donos dos aviões da GOL e demonstrando interesse em ter o Boeing 737 na sua frota.
A empresa latina hoje tem apenas Boeings do modelo 767, 777 e 787, que são de grande porte e levam mais de 200 passageiros. No passado, a LAN Colombia (hoje LATAM Colombia) voou com o modelo 737-700 e a LAN Chile voou com o mais antigo 737-200.
Segundo informação divulgado pelo Valor, os advogados da GOL afirmaram em audiência na Corte do Distrito Sul de NY, que trata de Recuperações Judiciais (o chamado Chapter 11), que os lessores, que são os donos dos aviões, foram procurados pela LATAM.
A companhia latina teria demonstrado interesse em ter de 20 a 25 aviões Boeing 737, numa clara referência aos aviões de propriedade destes lessores e alugados à companhia brasileira.
Em teoria, a operação de fato destas aeronaves pela LATAM seria pouco provável, dado que a empresa precisaria treinar tripulantes, comprar peças, confeccionar um manual de operações para o modelo e homologá-lo junto à ANAC. Todo este processo demanda tempo e dinheiro, sem contar a questão de configuração da aeronave, que é diferente do padrão dos Airbus A320 da empresa, resultando numa experiência diferente para o cliente.
Mas esta manobra de pressionar os lessores diante das negociações da dívida de concorrentes é bastante conhecida, e a própria LATAM foi “vítima” enquanto estava passando pelo mesmo processo, com a Azul procurando os lessores para negociar aeronaves numa tentativa de comprar a concorrente.
A Avianca Brasil (Oceanair) também passou pelo mesmo tipo de situação antes de sua falência. Neste caso, porém, diante do fim das operações, de fato os aviões foram para a Azul e a LATAM.
Em nota à imprensa, a LATAM informou que “está em contato permanente com todas as partes interessadas relevantes em matéria de frota (arrendadores e fornecedores de equipamentos e manutenção) como parte de seu negócio. A companhia está ativa no mercado há vários meses com o objetivo de garantir a capacidade necessária para atender às necessidades contínuas e de longo prazo no contexto dos desafios globais da cadeia de suprimentos e da falta de aeronaves/motores”.
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