A Lockheed Martin, fabricante americana de aeronaves, desenvolveu planos nos anos 1990 para a criação de um superjumbo, semelhante ao Airbus A380. O projeto, cujo título de trabalho era “Very Large Subsonic Transport – VLST” (“Transporte Subsônico Muito Grande”), chegou a desenhar uma aeronave com quatro motores, asas dobráveis e peso máximo de decolagem de 635 mil quilogramas.
Esse gigante dos ares poderia acomodar até 900 passageiros em duas classes, dispostos em um arranjo 3-4-3-4-3, ou seja, em alguns trechos do avião com até 17 assentos transversais. Para efeitos de comparação, um Boeing 777 reconfigurado para 10 assentos laterais pareceria decididamente aconchegante.
A Lockheed Martin previu a aeronave voando em diversas rotas de longa distância e populares, muitas delas operadas hoje pelo A380, incluindo Londres-Hong Kong, Nova York-Londres e Tóquio-San Francisco, entre outras. No entanto, a empresa estimou a autonomia total de voo do avião em 5.900 quilômetros com carga total, o que poderia limitar a flexibilidade de operações.
Durante a fase de projeto, foram identificados diversos obstáculos ao seu desenvolvimento. Entre os desafios estavam a grande quantidade de ruído produzida pela aeronave, a necessidade de pistas e taxiways mais longas e largas, o tempo excessivo necessário para embarque, desembarque e serviços de solo e a necessidade de reconfiguração de aeroportos inteiros para acomodar a aeronave.
Para desenvolver e construir esta aeronave, a Lockheed Martin previu um investimento entre 8 a 15 bilhões de dólares, admitindo que seria necessário firmar parcerias com várias empresas, possivelmente incluindo a Boeing ou a Airbus.
Ainda que o projeto do gigante dos ares nunca tenha saído do papel, a ideia de um superjumbo como o Airbus A380 exerceu um fascínio duradouro no setor de aviação.