Colaboradores do governo Lula estão cooperando com autoridades em Angola para avaliar a possibilidade da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) ser considerada como uma alternativa viável para gerenciar as operações do novo Aeroporto Internacional Agostinho Neto, em Luanda.
No decorrer da visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, representantes da diretoria da Infraero integraram a comitiva oficial e se encontraram com autoridades angolanas, como parte das atividades da delegação brasileira, conforme noticia o Estadão.
O objetivo central dessa colaboração era investigar possibilidades de parcerias no país, com o intuito de viabilizar a participação da Infraero no processo licitatório para assumir a gestão do novo terminal.
Em caso de atrasos no processo de concessão, uma possibilidade inicial é estabelecer uma cooperação com as autoridades aeroportuárias angolanas. Isso se deve à avaliação de membros do governo de que o processo poderá sofrer atrasos.
Angola planeja conceder a administração do aeroporto, que está em fase final de construção após quase duas décadas, bem como os serviços relacionados a hotelaria, assistência aérea e transporte de carga privada, entre outros setores.
De acordo com diplomatas brasileiros, o governo angolano pretende conceder a administração do novo aeroporto, situado a aproximadamente 40 quilômetros de Luanda, até o final do ano, com a licitação possivelmente ocorrendo em outubro.
A comitiva enviada a Luanda incluiu Eduardo Minoru Nagao, diretor de Operações e Serviços Técnicos, Paulo Eduardo Cavalcante, superintendente de Gestão da Operação, e Eduardo Barduco, assessor. Eles dialogaram com Ricardo Viegas D’Abreu, ministro dos Transportes, e outros diretores do ministério.
Conforme a Infraero avança na concessão de terminais aeroportuários nacionais à iniciativa privada, a empresa busca também expandir sua atuação internacional. Recentemente, representantes da Infraero visitaram a África do Sul em uma viagem organizada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), e têm planos de explorar outras nações, incluindo a Colômbia.
Os membros do governo brasileiro consideram que Angola pode ser um ponto de conexão estratégico próximo ao Brasil, servindo como hub para o restante da África.
O novo aeroporto
Localizado no distrito de Bom Jesus, no município de Icolo e Bengo, o novo Aeroporto Internacional de Luanda apresenta quatro pistas, sendo duas delas prontas para receber tanto aviões de grande quanto de pequeno porte.
A pista sul, a maior do aeroporto, possui extensão de quatro mil metros por 60 metros de largura, onde foi realizado o primeiro voo experimental, em junho de 2022, através de Boeing 777 da TAAG. O novo Aeroporto abrange uma área de 1.324 hectares, com capacidade para atender 15 milhões de passageiros por ano e um volume de carga de 50 mil toneladas anualmente.
Além disso, a infraestrutura inclui duas pistas paralelas e foi projetada para acomodar aeronaves do tipo Boeing 747 e Airbus A380. O aeroporto também prevê a construção de uma cidade aeroportuária em uma área de 75 quilômetros quadrados.
A obra está a cargo da empresa estatal chinesa Aviation Industry Corp of China (AVIC).
Sem voos para África?
No último sábado (26), cometeu um erro ao reclamar nas redes sociais da inexistência de ligações aéreas do Brasil com a África. No entanto, os voos de e para o continente africano já existem e não pararam por completo nem mesmo durante a Pandemia.
A fala do Presidente aconteceu durante uma viagem oficial para Angola, país africano que tem voos regulares da companhia aérea de bandeira e estatal, a TAAG, para São Paulo-Guarulhos. Leia essa noticia clicando no título abaixo:
