Maior exercício aéreo da história da OTAN chega ao fim nos céus da Alemanha e Mar do Norte

Mais de 250 aeronaves e de 10 mil militares participaram do “Air Defender 2023”, o maior exercício aéreo organizado pela OTAN em sua história. No grupo de participantes, havia apenas dois países não pertencentes à aliança: Suécia e Japão.

Do total de aeronaves, cerca de 110 chegaram dos EUA e participaram do exercício no espaço aéreo da Alemanha e do Mar do Norte. Aviões americanos decolaram de 35 estados diferentes do seu país levando mais de 380 toneladas de suprimentos militares para a Europa.

Muitos elementos estiveram envolvidos, incluindo aeronaves de transporte, de reconhecimento e vigilância, helicópteros, bem como aviões de guerra como F-35, Eurofighter, F-18, F-16, A-10 e Gripen.

Uma das principais bases onde os aviões estavam estacionados era a Base Aérea de Wunstorf, perto da cidade de Hanover. Aeronaves de transporte e reabastecimento foram implantadas ali, principalmente para operações de logística, fazendo cerca de 15 voos por dia.

Um total de 2,4 milhões de litros de combustível de aviação foram armazenados em 8 tanques, cada um com capacidade para 300 mil litros. A base em Wunstorf também foi usada para reabastecimento aéreo de aeronaves da OTAN. 

Os dois propósitos do exercício são “melhorar a cooperação entre os aliados e permitir que a Alemanha seja utilizada como centro logístico na Europa”, Um porta-voz afirmou que o objetivo foi alcançado.

Um ponto importante é que, embora o exercício “Air Defender 2023” tenha se destacado após o ataque da Rússia à Ucrânia, na verdade foi uma manobra militar planejada desde 2018 e idealizado após a anexação ilegal da Crimeia pela mesma Rússia em 2014. Quando concebido, o exercício visava medir e melhorar o nível de prontidão num eventual cenário de ataque “que venha de leste”, para além de melhorar a cooperação operacional mútua dos aliados.

Imagem Julian Herzog, CC BY 4.0 , via Wikimedia

O comandante da Força Aérea Alemã, Ingo Gerhatz, disse em comunicado à imprensa alemã que o exercício é um sinal de que eles podem “reagir muito rapidamente” e que os Aliados estão prontos para defender conjuntamente o território da OTAN em caso de ataque.

O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, enfatizou que o exercício é uma mensagem clara de que eles estão prontos para defender cada centímetro do território da Aliança. “Fazemos isso para evitar conflitos, não para provocá-los. Enquanto qualquer inimigo em potencial souber que a OTAN como um todo está lá e pode reforçar rapidamente com poder aéreo, não haverá ataque”, disse.

Além da anfitriã Alemanha, os países membros da OTAN participaram dos treinamentos, incluindo: EUA, Turquia, Bélgica, Bulgária, Croácia, República Tcheca, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Itália, Letônia, Lituânia, Holanda, Noruega, Polônia, Romênia, Eslovênia, Espanha, Inglaterra participaram. A Suécia e o Japão também participaram do exercício como países parceiros.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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