Ministro promete low-cost no Brasil até o final do ano, mas critica “adicionais” na passagem aérea

A chegada do programa “Voa Brasil”, com passagens a R$200 “será uma vantagem dada às companhias nacionais antes da vinda de low-costs”, segundo Ministro.

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O Ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, deu detalhes recentes sobre o programa, que visa atender a um público que não viaja de avião e que ocupará os assentos que ficam vazios. O programa deverá entrar em vigor em agosto, e permitirá o uso de até 4 passagens de R$200 por pessoa e por ano, sendo os beneficiados aposentados e estudantes, inicialmente.

“As empresas, elas acabam aumentando os preços tentando tirar o máximo de quem já voam. E isso é um equívoco, porque você fica rodando a mesma coisa nas mesmas pessoas“, afirmou o Ministro durante o programa A Voz do Brasil, como mostra a Folha de São Paulo.

A estratégia das empresas aéreas brasileiras, como qualquer outra no mundo, é ter maior rentabilidade, que não necessariamente é refletida em máxima ocupação, já que os custos do setor não são fixos e nem lineares, e pelo principal fato de que as passagens também não têm preços fixos, variando na clássica regra da “Oferta x Demanda”.

No entanto, o outro objetivo do projeto, além de trazer um público novo para o setor aéreo e atender uma demanda social, é dar uma chance para as empresas aéreas brasileiras diante de uma eventual chegada de novas low-costs.

“O presidente Lula me pediu para trazer para cá para o Brasil o que a gente chama de low-cost, que são empresas que voam mais barato, e nós estamos trazendo. Elas vão chegar ainda neste ano aqui no Brasil. Mas eu achei justo avisar as três empresas que fazem no Brasil, que têm 10, 15 mil funcionários”, disse França.

O modelo low-cost já é implementado no Brasil pela GOL Linhas Aéreas, além da Azul ter começado desta maneira e manter certos aspectos. Nele, os custos são reduzidos ao mínimo, tomando medidas como padronização de frota, maior capacidade de assentos na aeronave, cobrando por qualquer adicional, além de ter um serviço mais simplificado e foco em rotas tronco.

Este método, porém, não é fechado e evoluiu desde que foi criado pela Southwest Airlines, nos EUA. Mas hoje a maioria das empresas low-cost tem adotado práticas das ultra-low-costs, que incluem cobrança de bagagem despachada e de mão (esta última não permitida no Brasil), cobrança de impressão de cartão de embarque, de marcação de assento, de embarque prioritário e outros.

“Olha, nós vamos trazer low cost, vocês não querem aproveitar e fazer um preço mais barato de vocês antes que elas cheguem? Quando elas chegarem (as low-costs), elas vêm arrasando, elas fazem um preço muito mais barato. E as companhias aéreas do Brasil toparam”, afirma o Ministro.

Por outro lado, França criticou o próprio modelo low-cost, afirmando que o modelo equivocado das empresas brasileiras atuais encarece o custo da passagem, com a cobrança de serviços adicionais.

O processo de certificação de uma empresa aérea, se feito de maneira correta e ágil, demora ao menos 6 meses, sendo bastante improvável que até o final do ano chegue outra empresa aérea.

Até o momento, a única empresa aérea low-cost que de fato sinalizou a entrada no Brasil, e que não foi recente, é a chilena JetSmart, que abriu filais na Argentina, Peru e Colômbia, mas ainda espera um clima melhor para aventurar em terras brasileiras:

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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