Ministros têm criado “compromissos” às sextas para voarem para casa em jatinhos da FAB

Após a polêmica envolvendo um dos Ministros do Governo Federal, que usou jato da FAB para ir em leilão de cavalos, a chamada “farra dos voos” tem ganhado amplitude, como mostra uma matéria do Estadão.

Divulgação – FAB

A polêmica inicial envolveu o Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que usou um jato ERJ-135 (VC-99) da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir a um evento privado de leilões de cavalos, onde foi homenageado. Apesar da repercurssão negativa e desvio de função dos voos militares, que nesta ocasião custaram R$130 mil aos cofres públicos, o Ministro não foi punido e continua no cargo.

Agora, um novo levantamento do jornal Estadão apontou que para continuar voando nos jatos do GTE – Grupamento de Transporte Especial, os Ministros têm criado eventos exatamente nas sextas-feiras e nas suas cidades natal para poderem voar sem “desvio de finalidade”.

No total foram 74 voos do início do ano até agora, feitos por Ministros de Brasília para suas cidades, todos às quintas ou sextas, com retorno sempre às segundas, após o final de semana. Na lista, além do próprio Juscelino, que voltou a usar os voos do GTE, estão Luiz Marinho do Ministério do Trabalho, Flávio Dino, do Ministério da Justiça, Fernando Haddad, do Ministério da Fazenda, e Nísia Trindade, do Ministério da Saúde.

Procurados pelo jornal, apenas Haddad e Dino responderam os questionamentos. O Ministro da Fazenda afirmou que existe um escritório do governo ligado ao seu Ministério em São Paulo por se tratar exatamente da capital financeira do país e que a carona da esposa de Haddad é prerrogativa do decreto presidencial que regula os voos e, desta maneira, o preenchimentos das vagas restantes fica a cargo de quem solicitou o voo, no caso o próprio Ministro.

Já Flávio Dino informou que o motivo dos voos serem feitos com FAB e não em companhias aéreas regulares está relacionado à questão de segurança do próprio Ministro, citando principalmente o recente decreto de controle de armas, que gerou bastante repercussão negativa por não ter critérios técnicos ou lógicos, e que segundo a assessoria do Ministro “gerou um cenário de elevados riscos à função”.

O Planalto até o momento não se manifestou sobre o assunto dos voos de Ministros para suas terras natais.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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