Nella volta a buscar autorização para fazer voos no Brasil, mas agora com outro nome

EXCLUSIVO – A empresa Nella Linhas Aéreas persiste em seu intento de conquistar o Certificado de Operador Aéreo (COA) sob o RBAC 121, que lhe garantirá a permissão para fazer voos de passageiros e carga no Brasil. Desde 2020, quando a empresa foi inicialmente apresentada, muitas foram as mudanças de gestão, polêmicas e questões trabalhistas, mas uma coisa é certa, “o nome pegou”, de modo que muita gente conhece a Nella hoje, apesar dela jamais ter voado.

Falando na sua certificação: Até o final do ano passado, a empresa possuía dois processos abertos na ANAC, um deles para Nellas Linhas Aéreas e outro em nome de Nella Airlines, mas ambos foram paralisados, e agora dão lugar a um terceiro processo, bastante peculiar, que coloca a empresa novamente como postulante ao COA.

Um novo nome

Esse processo citado é o mesmo que havia sido aberto há vários anos pela empresa boliviana Amaszonas, quando, numa ambição de crescimento na América Latina, buscava abrir uma companhia aérea no Brasil com a razão social Regional Linhas Aéreas S/A. No entanto, a Amaszonas paralisou os planos e o processo ficou parado.

Nesse meio-tempo, a Nella Airlines, holding controladora, assumiu a Amaszonas, num negócio amplamente divulgado na Bolívia e no Brasil, no ano passado e que contou com autoridades bolivianas na assinatura do contrato.

Isso abriu caminho para o movimento que se vê agora, pois, segundo informações e evidências repassadas ao AEROIN por fontes próximas da empresa, o processo foi reativado na ANAC, mesclando os nomes das empresas para se tornar Nella Regional Linhas Aéreas – Nella Express (CNPJ 31.800,245/0001-27).

E, de fato, nas últimas semanas, representantes da companhia têm submetido documentos à ANAC, numa clara indicação de que existe a intenção de obter a outorga. Lembrando que cada análise da agência reguladora tem custos para a empresa.

Próximos passos

O AEROIN verificou que o processo de certificação da empresa está atualmente na fase 3 da ANAC (de um total de 5), sendo que o próximo passo é crucial, pois é quando a empresa precisa trazer uma aeronave ao Brasil, a fim de concluir as certificações e obter sua sonhada outorga.

Curiosamente, no entanto, representantes da empresa agora adotam uma postura de discrição, sem anúncios mirabolantes, entrevistas ou lives, como num passado recente, os mesmos que fizeram o nome da empresa “pegar”.

Será que agora vai? Seguimos acompanhando o processo e seus próximos desdobramentos.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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