Onze anos após fechar a Pluna, Estado uruguaio quitará dívida de aviões da empresa aérea

O Estado Uruguaio fará, neste mês de agosto, o pagamento de sua última prestação de um contrato de 137 milhões de dólares com o canadense Scotiabank, para a compra de sete aviões da antiga empresa Pluna. A empresa de bandeira foi encerrada em 2012, quando o então presidente José Mujica decidiu fazer isso devido a problemas financeiros.

A partir desse momento, foi transferido parte do valor de seus ativos para um fundo e o Estado assumiu os contratos de arrendamento, renegociando os prazos com credores, entre eles o banco canadense. Desta forma, o pagamento da última parcela será efetuado após 11 anos depois da quebra da companhia.

Apesar da quitação, a Pluna ainda gera estresse no Uruguai. Para citar alguns exemplos, Matías Campiani, ex-gerente da antiga empresa, ainda está sob processo de acusação por fraude e pelo emissão de cheques sem fundos. Campiani passou um ano e meio preso antes que o Supremo Tribunal de Justiça lhe concedesse a soltura, de acordo com o jornal uruguaio Ambito.

Além disso, o Estado uruguaio ainda enfrenta uma reclamação da panamenha Latin American Regional Aviation Holding perante o Centro de Solução de Controvérsias sobre Investimentos (ICSID). Isso porque a empresa do Panamá possuía ações minoritárias da Pluna e processam o Estado uruguaio por indenizações desde 2019, invocando um acordo de proteção de investimentos.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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