Para testar design do novo supersônico X-59, NASA envia modelo em escala ao Japão

O modelo do X-59 no túnel de vento – Imagem: JAXA

Um modelo da aeronave X-59, peça central da missão da NASA para coletar informações destinadas a ajudar a permitir uma nova era de viagens aéreas comerciais mais rápidas que o som, completou recentemente uma rodada de testes em um túnel de vento no Japão.

A NASA e a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA), sob um acordo assinado em dezembro de 2020, realizaram estudos independentes de túnel de vento do modelo em escala de 1,62% do X-59. Sob um acordo separado, a Boeing também participou desses dois testes.

O teste na JAXA foi uma oportunidade de colaborar com parceiros internacionais e da indústria e permitiu que a equipe de pesquisa da NASA adquirisse comparações de túneis antes do primeiro voo da aeronave X-59.

Quando um avião viaja a velocidades supersônicas, são criadas ondas de mudança de pressão do ar que percebemos como sons chamados estrondos sônicos. A forma do X-59 foi projetada para reduzir essas ondas de choque, de modo que o som percebido é pouco mais que um baque – se você ouvir alguma coisa.

Para testar o design do X-59, os pesquisadores colocaram um modelo em escala em um túnel de vento da JAXA e mediram as ondas de pressão à medida que o fluxo de ar supersônico passava pelo modelo, para ver se eles se comportavam como previsto. Às vezes, esses dados de teste podem variar, mesmo ao executar o mesmo teste com o mesmo modelo. Da mesma forma, colocar o modelo em um túnel de vento diferente pode resultar em uma versão diferente dos dados.

Imagem: JAXA
Imagem: JAXA

“Mas isso é uma coisa boa. Ao usar o mesmo modelo em ambos os túneis de vento, podemos melhorar nossa certeza nos dados obtidos e aumentar nossa compreensão do design do X-59”, disse Melissa Carter, pesquisadora sênior do projeto Commercial Supersonic Technology da NASA.

Ao comparar os dados anteriormente coletados dos testes de túnel de vento nas instalações da NASA com os dados agora coletados do teste na JAXA, os pesquisadores podem entender melhor e prever como o ar reagirá quando o X-59 levantar voo.

Devido às restrições de viagem da COVID-19, os pesquisadores da NASA não puderam participar pessoalmente do teste na JAXA. Membros da equipe de teste da NASA viajaram para a Boeing em Seattle, onde uma “sala de controle virtual” foi configurada para o teste. Essa configuração permitiu que a equipe da NASA participasse dos testes ao lado da equipe de testes da Boeing e aproveitasse melhor o conhecimento prévio e a experiência de testes da Boeing nas instalações da JAXA.

A análise de dados preliminares indica que as assinaturas de pressão são de boa qualidade com características bem definidas e repetíveis. A NASA planeja participar de um workshop de previsão computacional com a Boeing e a JAXA ainda este ano.

Informações da NASA

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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