Passageiros relatam os desafios da ‘bagunça’ nos voos devido à Eunice na semana passada

Jato pousando durante a tempestade Eunice

A tempestade Eunice, que atingiu a Europa, causou muitos transtornos para os voos em Londres, na Inglaterra, local onde a tormenta chegou com maior força durante alguns dias na semana passada. Conforme acompanhamos aqui no AEROIN, centenas de voos foram cancelados, enquanto outros tiveram que ser alternados para diversos aeroportos, causando insatisfações e medo em passageiros de diversas companhias aéreas.

Fora estes transtornos, passageiros que conseguiram chegar a Londres enfrentaram algumas arremetidas que, embora seja um procedimento normal e seguro, gerou sustos e mal-estar.

O Dr. Tim Craggs, um dos passageiros a bordo de um voo da British Airways que precisou arremeter devido às condições desfavoráveis no Aeroporto Heathrow, descreveu a situação como ‘difícil’. “O voo começou bem, no entanto, na descida, tivemos uma turbulência muito séria.”

O doutor e professor disse ao INews que na primeira aproximação a aeronave foi atingida por uma forte rajada de ventos muito perto do pouso.

“O avião parecia balançar para a esquerda e para baixo, momento em que o piloto imediatamente agiu no acelerador e abandonamos o pouso. Neste momento, algumas pessoas estavam realmente começando a se preocupar. Dois passageiros perto de mim estavam hiperventilando e muitos estavam muito doentes. O bebê de 18 meses no colo de sua mãe estava adorando, rindo a cada queda ou subida. A mãe estava vomitando atrás da cabeça dele”, descreveu ele.

Na segunda tentativa de pouso, a aeronave enfrentou as mesmas condições, mas conseguiu realizar o pouso, sob forte aplauso dos passageiros, que ficaram aliviados por estarem em terra firme.

Mais transtornos

Em outro caso noticiado pelo The Independent, passageiros sofreram ainda mais com a tempestade, quando uma aeronave precisou arremeter duas vezes e alternar para outro aeroporto, deixando os viajantes a bordo do jato por mais de sete horas.

O Boeing 737-800 da Norwegian Air estava realizando o voo entre Helsinki, na Finlândia, e Londres, na última sexta-feira (18), e após as tentativas de pouso no Aeroporto Gatwick, alternou para o Aeroporto Internacional de Copenhague, na Dinamarca.

Umas das passageiras a bordo, a jornalista Natalia Golysheva Deis, comentou o caso no Twitter descrevendo a péssima experiência ao ter que permanecer a bordo da aeronave por mais tempo que o esperado, sem comida e assistência por parte da Norwegian.

“Tendo passado cinco horas no ar, os passageiros, muitos dos quais são crianças, são deixados na aeronave por mais duas horas enquanto a @Fly_Norwegian tenta resolver o que fazer com todos eles. Não oferece comida, bebida, ajuda”, disse a jornalista em seu Twitter.

Como se não bastassem todos os transtornos, ao chegarem na capital dinamarquesa, um representante na companhia disse aos passageiros que cerca de 40 deles teriam que ficar no local, com cerca de 30 sendo transportados para Estocolmo, e o restante tendo que retornar ao aeroporto de origem.

Com a tensão entre a maioria dos passageiros que queriam ficar na Dinamarca, posteriormente, a companhia aérea informou que todos os passageiros iriam voltar para Helsinque.

“Isso estava deixando as pessoas loucas, especialmente eu. Eles continuaram mudando as mensagens. Foi muito estressante – não sentimos que eles estavam torcendo por nós. Eles ficavam dizendo ‘não somos nós, é a Norwegian’ como se também não trabalhassem para a companhia aérea”, comenta a jornalista.

“Começou uma briga, pois tendo ficado a bordo por cerca de sete horas sem comida e ar fresco, os passageiros estavam desesperados para sair. Alguns começaram a ter ataques de pânico, inclusive eu. A polícia foi chamada ao portão”, acrescentou Natalia.

Por fim, o comandante do voo autorizou a saída dos passageiros que queriam continuar em Copenhague, mas afirmou que eles deveriam arcar com seus custos, sem depender da companhia. Parte dos passageiros optou por continuar na aeronave, que partiu de volta à origem poucas horas depois.

Em nota, a companhia comentou: “Devido às más condições climáticas em todo o Reino Unido, a aeronave não conseguiu pousar em Gatwick e teve que desviar para Copenhague. A opção preferível seria voltar para Helsinque, mas devido aos fortes ventos contrários e à necessidade de reabastecimento após duas tentativas de pouso em Gatwick, tomamos a decisão de desviar para Copenhague. A segurança de nossos clientes e tripulantes é sempre nossa prioridade número um.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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