Piloto impede passageiro de embarcar em voo após ele usar linguagem chula com seu colega de empresa

Um piloto da United Airlines recentemente chamou a atenção ao expulsar um passageiro de um voo, de Newark para São Francisco, por utilizar linguagem vulgar. O incidente aconteceu no Aeroporto de Newark, durante a preparação para o embarque, segundo o publicado em um famoso fórum de discussão.

O piloto estava presente no portão do embarque para buscar a documentação necessária para o voo e acabou presenciando o passageiro proferir palavras obscenas contra o atendente do portão.

O indivíduo barrado, um membro registrado com status 1K no programa de fidelidade MileagePlus da United Airlines, estava ostensivamente frustrado e lançava mão de linguagem chula, agindo de forma agressiva na direção do atendente.

Presenciando a situação, o piloto questionou o passageiro se ele estava no voo para São Francisco. Quando confirmado, o piloto instruiu o atendente a realocá-lo para outro voo, pois ele não embarcaria naquela viagem.

O status 1K é atribuído a passageiros frequentes que gastam cerca de US$ 18.000 anuais na United Airlines. Sem informações adicionais sobre a origem da irritação do passageiro, o piloto teria optado por defender o funcionário da companhia e manter a ordem e a segurança do voo.

Naturalmente, há questionamentos jurídicos com relação à ação do piloto, ou seja, se realmente possui autoridade para tomar tais medidas. Segundo a Lei USC § 44902, o comandante de uma aeronave tem autonomia, dentro de limites estabelecidos pela FAA, para negar transporte a um passageiro se achar que o mesmo pode representar uma ameaça à segurança.

É necessário frisar, no entanto, que a decisão do piloto não pode ser aleatória ou frívola. Mas a presunção é que as medidas tomadas são baseadas avaliações naquele momento e nas condições temporais. Nesse caso, aparentemente, o piloto julgou que o comportamento do passageiro poderia representar um risco à segurança do voo.

Portanto, ainda que o uso de linguagem obscena em si, não seja uma justificativa para expulsão, é permitido que passageiros sejam retirados de voos se suas atitudes foram consideradas potencialmente perigosas.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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