Pilotos arremeteram após toque duro na pista que causou mais de 100 falhas de sistema de uma vez

Uma aeronave Airbus A321 da companhia aérea russa Nordwind sofreu sérios danos após um pouso forçado em Antalya, no dia 10 de janeiro de 2020. À época, imagens mostravam danos por toda a parte da aeronave após uma aterrissagem bastante dura. Agora, informações da investigação detalham melhor o que aconteceu naquele dia.

As informações, detalhadas em um relatório de investigação do Comitê de Aviação Interestadual da Rússia, mostram que a aeronave sofreu mais de 100 falhas de sistema durante um toque duro na pista, seguido de uma arremetida.

Após o primeiro toque, os sistemas de referência inercial (IRS) e o computador de aumento de voo falharam, o que resultou na perda de informações de rumo, inclinação, rotação e velocidade por parte do comandante, reportou o The Aviation Herald.

O IRS restante foi rejeitado pelo computador do aileron do elevador, devido a cálculos de navegação distorcidos e a aeronave mudou para a lei de controle de voo do piloto. Além disso, um alarme de fumaça na baía de aviônicos foi acionado, provavelmente devido à névoa de vazamentos de fluido hidráulico.

Os investigadores descobriram que os principais circuitos hidráulicos da aeronave – amarelo, verde e azul – tiveram perdas de pressão. Enquanto o circuito amarelo e o verde enfraqueceram aproximadamente para 1.270 e 2.100 psi, respectivamente, o amarelo perdeu completamente a pressão, o que resultou em vários sistemas se tornando inoperacionais.

Para a segunda aproximação, a tripulação estava lutando com as configurações de flaps e spoilers, além da ausência de reverso. Desconectaram a bomba hidráulica verde para evitar superaquecimento, o que resultou na perda do circuito verde necessário para a extensão completa dos flaps. No entanto, duas breves falhas no circuito amarelo permitiram que a extensão dos flaps fosse completada.

Após um grande desafio, a tripulação conseguiu pousar o avião com segurança. Nenhuma das pessoas a bordo foi ferida durante o acidente. De acordo com o inquérito, foram registradas 103 falhas de sistema somente após o primeiro impacto na pista.

A surpreendente recuperação só foi possível graças à excelente performance dos pilotos, que trabalharam sob condições extremamente complicadas. Ainda assim, o erro no primeiro pouso também foi atribuído aos pilotos, que teriam demorado excessivamente para tomarem a decisão da arremetida.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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