Pilotos de avião cometem erros e dizem estar enferrujados pela pandemia

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Com a volta gradual dos voos, o número de erros não-graves por parte dos pilotos tem sido grande. Muitos deles culpam o tempo que ficaram parados por causa do coronavírus.

© Marvin Mutz

Vários casos tem ocorrido nos últimos meses, alguns dos quais nós noticiamos aqui. Recentemente, o jornal Los Angeles Times listou uma série de situações, que não representam “grande riscos”, mas que são descuidos que não deveriam acontecer, dado o nível de treinamento e revisão contínua de processos de segurança da aviação.

Em um dos exemplos citados pelo jornal, um trator de push-back (que empurra o avião para fora do portão de parada) acabou sendo danificado já que o piloto esqueceu o freio de estacionamento acionado.

Em outro caso, o copiloto esqueceu de ligar o sistema anti-gelo quando requerido, por “sorte” nada ficou inoperante durante o voo. “Eu não voei por meses, me senti enferrujado, achava que a minha memória seria boa suficiente, mas na realidade eu deveria ter gasto mais tempo para revisar os procedimentos”, afirmou o copiloto envolvido.

Outros dados apontam que, às vezes, um piloto joga a culpa no outro por causa do erro, que foi o caso quando um piloto alinhou o avião na cabeceira errada, ou quando um piloto desacoplou o piloto automático sem querer, ou até mesmo quando uma interpretação errada do horizonte artificial fez com que um piloto manobrasse sem necessidade.

“A chave para um voo seguro é a frequência, você não está em forma para o voo se não voou por um bom tempo”, afirma Richard G. McSpadden Jr., vice-presidente sênior da AOPA, a maior associação de pilotos do mundo.

Apesar de nenhum incidente ou acidente grave recente ter atribuído à falta de proficiência de pilotos que voltaram das licenças, a IATA alertou que o número de aproximações desestabilizadas subiu de uma média de 14 a cada mil voos em 2019 para 35 no ano passado – mais do que o dobro.

Ainda assim, não é um motivo de grande preocupação para os passageiros, empresas ou mesmos os pilotos, mas destaca que a prática é a chave para manter os voos seguros. Sessões de treinamento em simuladores são obrigatórias se o piloto fica muito tempo sem voar, mas devem ser reforçadas e aumentadas se necessário, e a segurança nunca deve ser colocada em jogo por causa da pressa, defende a IATA.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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