O primeiro avião Boeing 737-800 modificado especialmente para a GOL Linhas Aéreas deixou o país rumo ao seu novo destino.
Há vários anos, a Gol Linhas Aéreas anseava operar com um avião maior sem restrições nos Aeroportos de Santos Dumont e Congonhas. Assim, em 2004, a empresa foi até a Boeing para pedir uma modificação para que seus novos jatos 737-800 pudessem ter uma performance melhor em pistas menores.
Isso resultou no desenvolvimento de modificações que permitem ao 737-800 operar com uma carga paga maior em aeroportos com pistas de menos de 1.500 metros nas aeronaves da família 737NG: 737-600, 737-700, 737-800 e 737-900.
Os slats na parte da frente da asa foram modificados para gerar maior sustentação em qualquer configuração de decolagem, redução no atraso de aceleração dos motores, que também tiveram potencia elevada, aumento no ângulo dos freios aerodinâmicos da asa para permitir uma frenagem maior durante o pouso, além de proteção maior para o chamado tail-strike (colisão de cauda), já que a aeronave decola de maneira antecipada e se aproxima num angulo maior em uma velocidade menor.
Tudo isso permitiu aumentar o peso máximo de decolagem em 900kg e o peso máximo de pouso em 3.6 toneladas. A modificação chamada de Short Field Performance (SFP) foi adotada em 2006 com a chegada do PR-GTA, o primeiro 737-800SFP do mundo, que ontem foi embora do Brasil.
Atualmente, a irlandesa Ryanair também usa esta modificação em alguns de seus jatos Boeing 737. Já a GOL padronizou sua frota de 737-800 com o pacote SFP a partir da chegada do PR-GTA.
A aeronave decolou do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, onde fica o Centro de Manutenção da GOL, para a Ilha do Sal, em Cabo Verde, onde faz uma escala técnica para seguir até Liège, na Bélgica. O jato deverá ser convertido em cargueiro e entregue a um novo operador em breve.
