Durante o Discurso do Rei (King’s Speech) desta semana, Rei Charles III, em sua posição como chefe de Estado, anunciou os planos legislativos da atual administração britânica. No entanto, uma das propostas apresentadas gerou intensas reações, especialmente entre as companhias aéreas do país.
O monarca anunciou a implementação de novas medidas de proteção destinadas a impedir práticas consideradas abusivas contra os consumidores. Uma dessas medidas visa combater a chamada “Drip Pricing”, prática que envolve a divulgação antecipada de apenas parte do preço de um produto, seguida pelo aumento através de taxas adicionais para serviços extras, segundo informa o aeroTELEGRAPH.
Um exemplo dessa prática são as passagens aéreas, onde tarifas mais econômicas muitas vezes não incluem sequer um espaço garantido no compartimento de bagagem. Itens adicionais, como reserva de assento, despacho de bagagem ou acesso prioritário na segurança, podem acarretar custos extras. A resposta governamental a essa situação propõe a inclusão dessas taxas no preço total da passagem.
Entretanto, essa mudança pode resultar em um aumento significativo nos preços. Segundo uma análise realizada em nome do governo, cerca de 80 libras esterlinas (R$ 481,93) podem ser adicionadas ao preço médio das passagens, abrangendo custos associados à inclusão de bagagem e reserva de assentos.
A reação do setor de aviação, representado pela Associação de Aviação do Reino Unido (Airlines UK), foi imediata. A entidade expressou sua insatisfação com a proposta, destacando que a desagregação de produtos e a oferta de opções diversas são elementos essenciais para a competitividade das companhias aéreas, resultando na acessibilidade generalizada às viagens aéreas.
Por outro lado, defensores dos direitos do consumidor argumentam que a proposta não vai longe o suficiente. A organização Which emitiu uma declaração apontando que, embora seja positivo ver o governo atuar contra práticas de preços injustas, é decepcionante que não tenha abordado de maneira mais abrangente questões como reembolso e compensação em casos de violações das leis por parte das companhias aéreas.
A Airlines UK respondeu afirmando que qualquer tentativa de reverter o atual modelo não está alinhada com os interesses dos consumidores britânicos e prometeu uma resposta detalhada às propostas do governo assim que mais informações estiverem disponíveis.
O debate entre as companhias aéreas e os defensores dos consumidores continua, com a sociedade aguardando ansiosamente por mais detalhes sobre o impacto dessa potencial reforma nas tarifas aéreas.
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