Relatório anual de acidentes aéreos da Boeing aponta diminuição na taxa de acidentes no último ano

Imagem: Reprodução / Redes Sociais

O Relatório Anual de Acidentes Aéreos da Boeing, divulgado recentemente, apontou que houve uma diminuição na taxa de acidentes com aeronaves no último ano, porém, destacou preocupações que ainda persistem. A análise, que considera os acidentes envolvendo aviões comerciais a jato com peso superior a 27.216 kg, mostra que a taxa de acidentes em 2022 diminuiu em comparação a 2021.

Segundo Elisabeth Martin, vice-presidente de segurança empresarial da Boeing, essa é uma tendência de melhoria constante na segurança da aviação, com uma queda de 45% nas taxas de acidentes e de quase 80% nos acidentes fatais nos últimos 20 anos.

O relatório, lançado em 28 de setembro, revela que ocorreram 25 acidentes em 2022, de menor ou maior gravidade. É importante ressaltar que esses números são referentes a uma indústria aérea global que registrou 26,3 milhões de partidas no ano passado, resultando em uma taxa de acidentes de 0,95 por um milhão de partidas.

Três desses acidentes resultaram em fatalidades, totalizando cinco vítimas. Dentre eles, os caso mais graves foram o do Airbus A320neo da TAP Air Portugal, que colidiu com uma motocicleta durante o pouso em Conacri, na Guiné, em 2 de setembro de 2022, causando duas mortes; e a colisão do A320 da Latam com um caminhão de bombeiro que invadiu a pista do aeroporto de Lima durante a decolagem, resultando em dois bombeiros mortos.

Em comparação, no ano de 2021, houve 23 acidentes envolvendo aviões comerciais maiores, em um total de 21,6 milhões de voos e uma taxa de acidentes de 1,07 por milhão de partidas.

Vale ressaltar que, pela primeira vez, o relatório deste ano divide os dados por regiões, evidenciando disparidades e taxas de acidentes particularmente elevadas em África. Desde 2013, foram registrados 3,8 acidentes por milhão de partidas na África Oriental e Austral, e 22,8 acidentes por milhão de voos na África Ocidental e Central.

Em contraste, nas últimas décadas, as taxas de acidentes têm sido próximas a um por milhão de partidas em outras regiões como Europa e Atlântico Norte, Ásia e Pacífico, e América do Norte e Central e Caribe. As taxas foram inferiores a dois por milhão de partidas no Oriente Médio e América do Sul.

Elisabeth Martin ressaltou que a boa notícia é que os acidentes estão diminuindo em todas as regiões, mas pontuou que o objetivo do relatório não é comparar regiões e sim fornecer dados úteis para cada uma. O documento também mostra que, ao longo das décadas, a aviação tem se tornado cada vez mais segura, com uma queda significativa nas taxas de acidentes, que passaram de cerca de 50 por milhão de partidas em 1959 para taxas baixas de um dígito na década de 2000.

O relatório também aponta quando ocorrem os acidentes fatais com mais frequência, com 21% deles ocorrendo durante a decolagem e a subida inicial e 46% durante a aproximação final e o pouso. Diante desse cenário, Martin destaca a importância de manter o foco na segurança em aeroportos, a fim de prevenir esses acidentes.

Para Martin, a colaboração entre as empresas do setor é fundamental para melhorar a segurança, compartilhando dados e boas práticas. Afinal, de acordo com o relatório da Boeing, desde 1959, ocorreram 2.123 acidentes envolvendo aviões a jato, sendo 300 desde 2013, resultando em um total de 1.202 fatalidades.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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