Tony Douglas, o CEO da Riyadh Air, revelou que a nova companhia aérea tem como foco principal estabelecer conexões diretas para atender ao mercado doméstico da Arábia Saudita, em contraste com a abordagem dos gigantes regionais, Emirates e Qatar Airways, que dependem mais fortemente do tráfego de passageiros em trânsito.
Em uma entrevista recente ao jornal britânico Financial Times, Douglas reconheceu que os planos de expansão da Riyadh Air são ousados, porém, ele, que anteriormente ocupou a posição de CEO na Etihad Airways, assegurou que a empresa aérea não entrará em competição direta com suas concorrentes locais pelo mercado de passageiros em trânsito.
Nas últimas décadas, o Oriente Médio transformou-se na nova encruzilhada de viagens do mundo, ajudado pela sua localização geográfica estratégica entre os três continentes da Ásia, África e Europa.
A Riyadh Air, financiada pelo fundo soberano da Arábia Saudita, está adotando uma abordagem diferente, concentrando-se não em passageiros de trânsito de baixa receita, mas sim direcionando-se a turistas e cidadãos locais que buscam voos diretos e sem escalas entre Riade e cerca de 100 destinos internacionais.
Tony Douglas usou o exemplo do país vizinho, o Qatar, para explicar por que a Arábia Saudita está adotando uma estratégia distinta para a Riyadh Air. “Ao observarmos nosso vizinho mais próximo, o Qatar, fica claro que a Qatar Airways possui uma rede internacional extensa, com alcance global, e atende a uma população de cerca de 2 milhões de pessoas“, destacou Douglas.
Dada a sua pequena população local, a Qatar Airways se viu direcionada a atender os passageiros em trânsito, enquanto a Arábia Saudita, com uma população local de quase 36 milhões de pessoas, está em um estágio inicial de diversificação econômica por meio do turismo em massa para o país.
Nesse cenário, a Riyadh Air tem como destino se posicionar como uma opção luxuosa para os milhões de turistas que a Arábia Saudita espera receber, enquanto a transportadora aérea nacional atual, a Saudia, continuará a atender peregrinos religiosos e viajantes conservadores.
Com a aquisição de 39 aeronaves Boeing 787-8 Dreamliner e a opção de compra de mais 33, a Riyadh Air está solidificando seus planos. Contudo, devido a atrasos nas entregas, a companhia aérea não poderá inaugurar suas operações antes de 2025, pelo menos.
A empresa também encontra-se em meio a negociações com a Boeing e a Airbus para adquirir aeronaves de corredor único, mas a complexidade da cadeia de suprimentos tem sido um obstáculo na finalização do acordo.
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