Rússia pede atenção redobrada de empresas aéreas com o desgelo dos motores de aviões

A Rosaviatsia, autoridade russa responsável pela regulamentação do setor aéreo, alertou as companhias aéreas para a atenção redobrada quanto à necessidade de desgelo das turbinas, após detalhar múltiplos incidentes de falha nos motores de aeronaves Boeing 737 durante operações de inverno.

Segundo a autoridade, foi descoberto que pelo menos uma outra operadora do Boeing 737 enfrentou instabilidade do motor decorrente da contaminação das lâminas durante operações de inverno.

O avião em questão, um 737-800 da Smartavia, sofreu alterações em ambos os motores CFM56 durante testes no dia 16 de janeiro, enquanto estava em manutenção. A falha foi associada à detecção de um revestimento branco nos compressores de baixa e alta pressão, sendo resolvida após procedimentos de lavagem no motor.

A Rosaviatsia já havia indicado problemas semelhantes com motores CFM56 em 737 operados pela S7 Airlines, detalhando quatro incidentes com aeronaves desta companhia. Em um deles, ocorrido em 8 de dezembro do ano passado, a tripulação de um avião registrado como RA-73665 relatou falhas em ambos os motores após a decolagem de Novosibirsk, optando por retornar ao aeroporto.

A provável causa apontada pela Rosaviatsia para tais falhas foi a operação instável dos compressores de alta pressão em cada motor, devido à contaminação das lâminas dos compressores pelo uso intenso de fluido de desgelo enquanto os motores estavam em funcionamento.

Em boletim emitido em 14 de fevereiro, a reguladora instruiu as autoridades regionais a alertarem as tripulações de aeronaves e organizações de manuseio em solo que prestam serviços de desgelo, sobre a questão. Alertou ainda para a atenção especial quanto à possível presença de neve, gelo ou geada nos inlets do motor e nas lâminas do ventilador durante a inspeção pré-voo.

A Rosaviatsia ainda recomendou a aplicação do fluido de desgelo de acordo com as instruções do fabricante e a limpeza das áreas de desgelo para evitar a formação de poças. Também aconselha que as tripulações monitorem os parâmetros do motor para identificar possíveis tendências de degradação no desempenho, enquanto as operadoras devem considerar enxágues não programados do motor.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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