Início Indústria Aeronáutica

Rússia tem comprado peças de jatos por intermediadores de vários países

Um levantamento mostra centenas de milhões de dólares de peças de jatos ocidentais comprados pela Rússia, mas não diretamente.

Foto – DepositPhotos

Sancionadas desde o início da invasão da Ucrânia por tropas russas, as companhias aéreas do país invasor têm tido dificuldade, mas conseguido manter o estoque de peças para seus jatos ocidentais, principalmente da Airbus e da Boeing.

Um levantamento feito pelo jornal Ukrainska Pravda mostra que um grande volume, no total de US$ 180 milhões de dólares, foram gastos em transações de companhias aéreas russas com empresas dos Emirados Árabes Unidos, China e Turquia.

A líder tem sido a ATS Heavy Equipment & Machinery de Dubai, que teve 700 encomendas de peças vindas do grupo Aeroflot, totalizando US$ 40 milhões entre março do ano passado e março deste ano.

Em seguida, está a Xian Aerotek da China com US$ 20 milhões, a Na Havacilik Ve Teknik Ticaratet da Turquia com US$ 18 milhões e a Steel Design de Sharjah nos Emirados com US$17 milhões.

Pulando para 9º lugar, surge uma empresa que se tornou conhecida recentemente no Brasil: a Drayton Aerospace, da China. Ela adquiriu as instalações da TAP M&E em Porto Alegre, que foram anteriormente da Varig Manutenção e Engenharia (VEM), e que já foi o principal polo de manutenção, reparo e conversão de aeronaves do Brasil.

Os dados apontados pelo jornal apontam que a empresa chinesa vendeu um total de US$ 5 milhões em peças para as companhias aéreas Aeroflot, Pobeda, Rossiya, UTair e Nordstar.

Todas estas empresas, por serem de países não sancionados, conseguem comprar peças diretamente da Airbus, Boeing e até da Embraer. No entanto, na teoria não poderiam revendê-las para a Rússia, sob pena de não conseguirem mais comprar nenhum equipamento vindo dos EUA ou Europa.

Inclusive, a única operadora de jatos brasileiros Embraer que está sancionada é a S7 Airlines, que tem 17 aviões E170, e estaria usando a Skyparts FZCO, de Dubai, para conseguir peças para os aviões feitos no Brasil.

O controle de revenda de qualquer produto é complicado de ser feito e pode usar empresas de fachadas e até disfarces. Inclusive, algumas das empresas que venderam para a Rússia estão registradas em países “aliados” mas os seus donos são russos, mas elas sempre negaram a revenda.

Sair da versão mobile