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Sem proferir palavras, Lula inaugura linha de produção do F-39 Gripen – veja imagens e vídeo

Caça F-39E Gripen em sobrevoo durante a cerimônia

Em um grande momento para o Brasil, a última terça-feira, 9 de maio, ficará marcada na história da indústria aeronáutica nacional. Na parceria entre a fabricante sueca Saab e a brasileira Embraer para transferência de tecnologia, foi inaugurada a linha de produção do caça F-39E, e o AEROIN apresenta a seguir diversas imagens, incluindo um vídeo das passagens baixas efetuadas por um dos jatos da Força Aérea Brasileira (FAB).

A cerimônia de inauguração, que ocorreu na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto, interior paulista, contou com a presença de diversas autoridades, entre elas, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministro da Defesa, José Múcio, e o Comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno.

Airbus A319 – VC-1A

Conforme noticiado pelo AEROIN, antes da chegada ao local da inauguração, o Airbus VC-1A (Airbus A319 de matrícula FAB2101) da FAB, que levou o Presidente a bordo, foi interceptado pelo segundo caça de série Gripen recebido pela FAB, o de matrícula FAB4102, também como parte das celebrações pelo momento especial da indústria aeronáutica.

Após o pouso da aeronave presidencial, por volta das 10h30, o FAB4102 realizou uma sequência de quatro passagens frente à comitiva do presidente, que se dirigiu para um segundo caça, o de matrícula FAB4101, no pátio do aeroporto. A gravação apresentada a seguir mostra o momento:

Ambas aeronaves, tanto a no solo, quanto a que voava, pertencem ao Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA) – Esquadrão Jaguar, da Base Aérea de Anápolis, Goiás.

Em frente ao caça Gripen, o Presidente da República recebeu, das mãos do Tenente-Coronel Gustavo, Comandante do Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), um capacete com seu nome estampado e um macacão de voo.

Comandante do 1º GDA entrega macacão ao presidente Lula
Capacete dado ao presidente Lula

Visivelmente, Lula aparentava estar a todo momento desinteressado e impaciente, inclusive durante a sessão de fotos à imprensa em frente ao caça.

Durante a concorrência do programa FX-2, vale lembrar, quando três modelos de caças disputavam reequipar a FAB, Lula tinha como caça preferido o francês Dassault Rafale. Na época de sua gestão, 2007-2010, Lula ignorou um relatório do Comando da Aeronáutica, que avaliava o caça Gripen NG como o melhor para a renovação da frota, além de ser o mais barato para aquisição e operação.

Por fim, a concorrência do programa FX-2 foi concluída na gestão da Presidente Dilma Rousseff, em 2013, com a escolha do produto da sueca Saab, que agora começa a ser fabricado no Brasil.

Tenente-Coronel Gustavo e Presidente Lula

Após as formalidades frente ao caça, a comitiva de Lula, acompanhada também pelos presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança, João Bosco Costa Júnior, e do presidente da Saab, Micael Johansso, além do Ministro para Defesa Civil da Suécia, Carl-Oskar Bohlin, se dirigiram para a linha de produção do Gripen.

Já no interior da fábrica, o presidente, continuando sem demonstrar interesse, subiu na plataforma de montagem do caça e, por alguns minutos, recebeu informações dos representares da Saab e Embraer sobre o local. Após o ato oficial de inauguração e sem se aproximar em nenhum momento para observar a primeira aeronave que está sendo montada, Lula se dirigiu para a última formalidade do evento.

Outro fato interessante notado por quem estava presente foi que, durante a visita na plataforma, o Comandante da Aeronáutica se aproximou da estrutura do caça, tocou a aeronave e balançou a cabeça positivamente, num claro símbolo de conquista para a FAB, de maneira totalmente oposta ao comportamento de Lula.

Durante a cerimônia, o presidente da Embraer listou alguns dos benefícios da parceria. “Com essa linha que estamos inaugurando, um hub da Saab para produção e entrega de caças para toda a América Latina, geramos um círculo virtuoso de desenvolvimento que leva inovação e criação de conhecimento tecnológico, criando divisas, renda e emprego altamente qualificado e trazendo benefícios tangíveis ao Brasil“, afirmou João Bosco Costa Júnior.

Já o Comandante da Aeronáutica destacou que: “Neste ano em que comemoramos o aniversário de 150 anos do Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica Brasileira, Alberto Santos Dumont, gostaria de reafirmar a minha felicidade e orgulho por contribuir com o melhor dos esforços da Força Aérea Brasileira para a consolidação do processo de aquisição da mais moderna aeronave de combate do nosso continente e, principalmente, da transferência de tecnologia oportunizada“, disse o Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno.

Presidente da Saab, Micael Johansson

O início das operações da linha de produção do Gripen marca o nosso compromisso com a transferência de tecnologia e de conhecimento para a indústria brasileira. Aqui, produziremos 15 das 36 aeronaves atualmente contratadas pela Força Aérea Brasileira. O objetivo também é produzir aqui quaisquer pedidos futuros de Gripen para o Brasil, bem como de outros países. Queremos que o Brasil se torne um centro de exportação para a América Latina e, potencialmente, para outras regiões“, disse Micael Johansson, presidente e CEO da Saab.

A inauguração da linha de montagem final, que é a única do Gripen E fora da Suécia, marca a entrega de uma das contribuições mais significativas para o ecossistema do caça no Brasil. Com o Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen (Gripen Design and Development Network – GDDN), o Centro de Ensaios em voo do Gripen (Gripen Flight Test Center – GFTC) e agora a linha de montagem, a fábrica da Embraer em Gavião Peixoto abriga os estágios de desenvolvimento, produção e testes da aeronave.

A transferência de tecnologia e a capacidade de produção da aeronave em Gavião Peixoto nos permite a autossuficiência em delicadas fases do processo produtivo, elevando o Brasil a patamares cada vez mais amplos no desenvolvimento tecnológico para a Defesa nacional“, completou José Múcio, Ministro da Defesa do Brasil.

Sem discursos ou falas diante de um dos mais importantes momentos da história da aviação brasileira, Lula recebeu, ao final da solenidade, uma maquete do F-39E e embarcou novamente para Brasília, onde havia um compromisso oficial com o Primeiro-Ministro dos Países Baixos, Mark Rutte.

A linha de produção

A linha de produção na Embraer recebe as aeroestruturas dos caças produzidas na fábrica da Saab de Linköping, na Suécia, e de São Bernardo do Campo, em São Paulo. Na linha de montagem, o avião de combate será produzido com a junção dessas aeroestruturas, a instalação de cablagens, equipagem de vários sistemas, trens de pouso, aviônicos, equipamentos táticos, canopi, assento ejetável e motor.

Depois que a montagem do caça é concluída, são realizados testes funcionais e voos de produção para preparar a aeronave para a entrega final. As unidades montadas no Brasil serão entregues a partir de 2025.

Para adquirir as habilidades necessárias para a produção de caças supersônicos no Brasil, técnicos da Embraer realizaram treinamentos teóricos e práticos – os chamados on-the-job training – na Saab em Linköping. Lá, eles trabalharam lado a lado com funcionários suecos para produzir as aeronaves que já foram enviadas para o Brasil.

Em Gavião Peixoto, serão montadas 15 unidades da versão de um lugar (monoplace) do caça Gripen, sendo que as restantes virão já prontas da Suécia. Hoje, a FAB tem um total de 6 caças F-39E, contando com os dois que chegaram de navio dias atrás, além de haver no Brasil o caça de teste que ainda está com a Embraer e a Saab.

Veja mais fotos:

Caça F-39E Gripen dp 1º GDA
Caça F-39E Gripen dp 1º GDA
Passagem do F-39E Gripen do 1º GDA
Passagem do F-39E Gripen do 1º GDA
Passagem do F-39E Gripen
Linha de produção

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