Senador quer cancelamento de privatização em aeroporto após seu voo ser cancelado

O Senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) foi até as redes sociais hoje para reclamar do funcionamento do Aeroporto de Macapá. O líder do governo no Senado Federal iria embarcar no voo LA-3769, de Macapá para Brasília, que estava programado para ser operado pelo Airbus A320ceo da LATAM Brasil, de matrícula PR-MYA.

No entanto, a aeronave que faria o voo vinha de Belém e não saiu da capital paraense devido às condições meteorológicas adversas na capital do Amapá, que segundo o boletim oficial era de nuvens esparsas a 240 metros e sem vento – lembrando que as informações de temperatura e ponto de orvalho que podem indicar nevoeiro não foram disponibilizadas.

Estas nuvens baixas não permitiriam o pouso da aeronave, já que o aeroporto não é equipado com sistema de pouso por instrumento (ILS) e também pelo fato de que, apesar da aproximação por GPS (RNAV/RNP) estar disponível, o aeroporto não está operando por condições visuais, como a concessionária nos informou (nota mais abaixo).

Com isso, o jato só pousou às 7h, quatro horas depois do previsto, quando apesar da chuva começar as nuvens haviam dispersado. Por causa da chegada tardia, a tripulação iria exceder o tempo de trabalho e o voo teve que ser reprogramado para decolar nesta tarde.

Desta maneira, Randolfe disse que não poderia honrar um compromisso em Brasília com o Presidente Lula e afirmou que a situação foi “um dos maiores episódios de negligência” que já viu. “Centenas de passageiros e eu fomos informados de que o aeroporto não tem condições de operar, por ter sido abandonado pela NOA, concessionária que deveria administrar o aeroporto, mas sequer mantém gente para sua manutenção!”, disse.

O Aeroporto de Macapá, assim como de Belém, é administrado pela NOA – Norte da Amazônia Airports, que é de propriedade da DIX Aeroportos e Socicam.

O Senador informou que dada a situação passada hoje, que também resultou num cancelamento de um voo da Azul vindo e indo de Belém, irá abrir uma representação contra a NOA na ANAC, assim como na Advocacia Geral da União (AGU), com a finalidade de cancelar a concessão da Norte da Amazônia Airports tanto na capital amapaense e paraense, confira:

Entramos em contato com a NOA e a LATAM sobre o assunto, e as empresas enviaram as seguintes notas:

A Norte da Amazônia Airports (NOA), concessionária do Aeroporto Internacional de Macapá, informa que a responsabilidade pela gestão e operação dos serviços de apoio à navegação aérea em área de tráfego dos aeroportos da NOA é do Poder Público Federal, conforme item 2.2 do Contrato de Concessão. A empresa reforça que não possui qualquer responsabilidade em relação à gestão e manutenção de equipamentos referentes à prestação dos Serviços de Informação Aeronáutica, Gerenciamento de Tráfego Aéreo, Meteorologia, entre outros. 

A NOA esclarece, ainda, que a atual impossibilidade de realização de pousos e decolagens por instrumentos no Aeroporto de Macapá ocorre em decorrência de um problema no Sensor de Temperatura e Umidade Relativa do Ar, equipamento extremamente importante para operações em condições climáticas adversas. Nesse momento, o aeroporto está operando pousos e decolagens por condições visuais. 

A NOA lamenta eventuais transtornos causados por esse problema e informa que já notificou a empresa responsável pela gestão do equipamento e aguarda a resolução da situação, que deve acontecer, de acordo com informações da companhia sob gestão do Poder Público Federal, nos próximos dias. 

A LATAM informa que, devido a questões meteorológicas, fato totalmente alheio ao seu controle, o voo LA3571 (Belém-Macapá) desta segunda-feira (15/1), programado para decolar às 2h15, decolou às 6h29 e pousou em completa segurança às 7h05 em seu destino final. Como consequência, o voo LA3769 (Macapá-Brasília) precisou ser reprogramado para não exceder o limite de trabalho da tripulação e agora está previsto para decolar às 14h30. A LATAM lamenta os transtornos e destaca que está oferecendo toda a assistência necessária aos clientes. Por fim, reitera que adota todas as medidas de segurança possíveis, técnicas e operacionais, para garantir uma viagem segura para todos.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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