Situação difícil nos EUA com uma das maiores aéreas do mundo brigando com seus tripulantes

A Associação de Comissários de Bordo dos Estados Unidos (AFA-CWA) divulgou uma resposta oficial a um memorando emitido por um vice-presidente da United Airlines, que acusou o sindicato de “oportunismo político” por não dar crédito à companhia por trabalhar em uma solução para a categoria. Os profissionais se queixam contra a forma como estão sendo feitas as alterações de escala e a demora por uma resposta durante a alta temporada.

John Slater, vice-presidente sênior de serviços de bordo da United, argumentou que a empresa está “trabalhando duro para reduzir os tempos de espera decorrentes quando as tripulações ligam para a central de agendamento e que propôs soluções que o sindicato rejeitou”.

A liderança do sindicato, que representa mais de 50 mil profissionais de 20 companhias aéreas de todo o país, não gostou da reposta e publicou uma nota contra argumentando o executivo.

“Queremos soluções. Este não é um problema que os comissários de bordo que compõem o nosso sindicato criaram. Simplesmente porque não aceitamos a primeira solução proposta pela administração, que atendesse às suas necessidades imediatas e que impactasse nossa linguagem de remanejamento contratual, não significa que não sejamos orientados para a solução.

Na semana passada, nos envolvemos com a administração na tentativa de encontrar soluções e deve ficar claro: a administração não conseguiu encontrar uma maneira de atender a nenhuma das prioridades identificadas em nossa resposta a elas”, diz a nota divulgada.

A United ofereceu algumas propostas que, segundo a empresa, reduziria o tempo de espera para trocas de escala, mas que envolviam o fim de alguns direitos contratuais já negociados anteriormente, o que não foi aceito pela AFA.

“Após longa discussão, determinou-se que não poderíamos concordar com os termos propostos, em grande parte, porque não acreditamos que isso resolva os problemas de tempo de espera de chamadas e equivale apenas a uma série de concessões contratuais”, diz a organização de tripulantes.

O sindicato propõe que alguns serviços sejam automatizados e dispensem o atendimento telefônico, como cancelamento de licença médica, bloqueio de reserva, mudanças feitas até uma hora depois de uma primeira transação e negociações para troca de posições até check-in do voo. A United não concordou com o pedido e o impasse permanece.

Fabio Farias
Fabio Farias
Jornalista e curioso por natureza. Passou um terço da vida entre aeroportos e aviões. Segue a aviação e é seguido por ela.

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