A TAP Air Portugual está fazendo um novo ajuste em sua frota regional, privilegiando sua subsidiária Portugalia, os jatos Embraer e removendo turboélices ATR. Isso resulta também no encerramento de um contrato com a congênere White Airways, que agora está em risco de continuidade.
Há vários motivos para essas mudanças. Em primeiro lugar, a companhia aérea só pode ter um máximo de 99 aeronaves até 2025, numa condição imposta pela UE por conta do auxílio estatal que recebeu como resultado da crise do coronavírus. Devido à frota menor e porque teve que abrir mão de slots, a Tap buscou usar aviões maiores e aproveitar melhor seu espaço no aeroporto de Lisboa.
Em segundo, a empresa está extremamente insatisfeita com a White Airways. Somente no ano passado, houve uma média de dez vezes por mês que as aeronaves da White Airways não estavam em condições de voar por razões técnicas. Entre novembro de 2021 e setembro de 2022, um total de 342 voos tiveram que ser cancelados por motivos técnicos, uma média de 31 por mês.
Esses indicadores sozinhos poderiam não dizer muito, mas quando comparados com os próprios indicadores de disponibilidade da TAP, se mostram muito acima, disse a companhia aérea estatal portuguesa.
“Somente em setembro de 2022, White teve que cancelar 84 voos por motivos técnicos”, disse a Tap à mídia portuguesa. “Entre 2016 e 2022, a Tap pagou 109 milhões de euros por horas de voo diretamente à White e 98 milhões por aeronaves alugadas da White e US$ 33 milhões para reservas de manutenção”.
A TAP não quer mais lidar com esse cenário e vai encerrar os contratos. Espera-se, portanto, que a operadora tenha apenas dois ATR 72 nos próximos meses e, para tanto, abriu um processo de RFP (solicitação de propostas) para que interessados encaminhem suas ofertas para a companhia. Segundo a mídia local, cinco propostas foram recebidas e a melhor oferta está sendo negociada.
