United encontra parafusos soltos em porta do Boeing 737 MAX 9; a mesma que se soltou no voo da Alaska

As inspeções após o desprendimento da porta tampão de um Boeing 737 MAX 9 da Alaska deram “resultados” na United Airlines.

Imagem: United Airlines

A FAA, a Administração Federal de Aviação Civil dos EUA, determinou que todos os operadores de 737 MAX 9 do país (no caso a própria Alaska e a concorrente United, que também é a maior operadora do modelo no mundo) façam uma inspeção de várias horas para detectar possíveis falhas no travamento da porta tampão.

Esta porta (ou painel) tampão é colocada nos aviões Boeing 737 MAX 9 que tem configuração menos densa, que é o caso das duas aéreas americanas e fica no lugar de onde estaria uma porta normal e funcional no caso de aviões com mais assentos.

A Alaska tem feito já essa inspeção e liberado os aviões aos poucos, já a United disse que está esperando a FAA e a própria Boeing dar detalhes do que deve ser visto para liberar os aviões, mas que também tem feito sua própria análise.

E agora essa análise achou algo alarmante: parafusos soltos, como revela o jornalista aeronáutico Jon Ostrower do The Air Current.

Três pessoas da United informaram ao jornalista que pelo menos 5 aviões 737 MAX 9 da companhia estavam com parafusos soltos quando o jato foi parado para uma inspeção mais minuciosa.

A empresa confirmou em nota oficial o problema nos parafusos e disse que já liberou os jatos depois do reparo: “Desde que começamos as inspeções preliminares no sábado, encontramos algumas coisas que parecem se relacionar à problemas de instalações no tampão da porta, como por exemplo parafusos que precisam ser mais apertados. Estas descobertas foram consertadas pelo nosso time de técnicos para que os aviões retornassem de maneira segura à operação.”

Com estas informações de agora as teorias que a Spirit AeroSystems, principal fornecedora da Boeing, novamente falhou no processo de produção e controle de qualidade, são reforçadas.

Logo após outro renomado jornalista aeronáutico, Edward Russell, do Airline Weekly, publicou uma foto enviada por uma fonte, que mostra exatamente esta situação nos aviões da United:

Nela, é possível ver que dois parafusos não foram apertados até o fim na parte de baixo de fixação do tampão. Estas áreas não são inspecionadas pelas companhias aéreas durante o check de entrega da aeronave.

Ainda segundo Ostrower, os 5 aviões afetados da United foram fabricados entre novembro de 2022 e setembro de 2023, sendo aeronaves bastantes novas, também reforçando a teoria que o problema tem sido nas fuselagens entregues mais recentemente pela Spirit, como falamos aqui já que o avião da Alaska é tão novo quanto estes da United.

Caso a teoria dos parafusos soltos e a peça não fixada apropriadamente, indica que ao longo do tempo os parafusos se soltam completamente até a peça sair por completo, o que já é algo especulado devido aos relatos de voos anteriores do 737 MAX 9 da Alaska que indicavam perda de pressurização:

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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