O maior dos Boeings 787 deverá levar ainda mais carga e passageiros para poder competir com seu arquirrival da Airbus.
O 787 é o mais novo avião da Boeing feito do zero e, apesar de ser um sucesso de vendas, tem sofrido com problemas na fabricação, mesmo anos após o seu lançamento. Este é um dos três pilares da crise recente da Boeing, que também tem a questão do 737 MAX e os atrasos do programa 777X.
Um outro problema enfrentado pela fabricante não tão técnico, mas concorrencial, e refere-se ao avanço de mercado do A350, concorrente direto do 787. Desde 2016, a Airbus tem oferecido às companhias aéreas versões alternativas do modelo, com maior capacidade de carga e combustível.
A última versão, feita a pedido da australiana Qantas, tem peso máximo de decolagem 51 toneladas maior que o jato A350-900. Óbvio que, neste caso, existe um lado adverso: o aumento do peso permite levar mais combustível, mas são removidos espaços para bagagens e o avião tem que levar menos passageiros.
Ainda assim, são ganhos expressivos, que serão replicados no A350 cargueiro, baseado na versão A350-1000 e será feito de fábrica para levar cargas, e que tem preocupado a Boeing e seu 777F.
A resposta da Boeing virá, ainda que tardia, afirma Stan Deal, CEO da divisão de aviação comercial da Boeing, que em entrevista ao Seattle Times disse que a fabricante americana está projetando uma nova versão “de peso máximo mais alto” para o maior dos 787, o da variante 787-10.
Números não foram revelados, mas o 787-10 hoje tem peso máximo de 254 toneladas e pode se esperar que ele chegue na faixa das 268 toneladas do A350-900.