A Airbus Defence and Space concluiu com sucesso uma missão de Avaliação de Carga de Trabalho da Tripulação realizada no Reino Unido. A missão fez parte de seu compromisso com os países que operam o A400M sob a Organização para Cooperação em Armamento Conjunta (OCCAR).
Realizado pelo protótipo do Airbus MSN 6 e operado pela base da Royal Air Force (RAF) Brize Norton, o objetivo foi avaliar a carga de trabalho da tripulação durante a execução das três principais capacidades táticas do A400M em um único voo: entrega aérea, voo de baixo nível e Reabastecimento ar-ar.
Como foi
No último dia 26 de setembro, o protótipo da Airbus decolou da fábrica de San Pablo em Sevilha, na Espanha, com destino ao aeródromo Brize Norton, da Royal Air Force. O MSN 6 exibe, pintadas em sua fuselagem, as bandeiras dos 10 países que já escolheram o A400M.
O A400M pode realizar sozinho missões que antes exigiam dois – ou mais – tipos diferentes de aeronaves, e é capaz de manobras que muitos não esperariam de uma aeronave de transporte de seu porte.
A missão de avaliação da carga de trabalho da tripulação representa o resumo operacional da capacidade do A400M, pois inclui a avaliação da carga de trabalho de suas três principais missões táticas e recursos em voo: entrega aérea, voo de baixo nível e reabastecimento ar-ar.
“Esta missão tem particular importância, pois fornece aos nossos clientes confirmação e confiança na maturidade do A400M como um ativo tático moderno e capaz”, explicou Simon Nicastro, gerente do programa de testes de integração e voo do A400M da Airbus.
Avaliação de trabalho: uma missão `3 em 1′
Durante o exercício, o A400M ‘flexionou seus músculos’ sobre os céus do Reino Unido, mostrando como se destaca quando se trata de velocidade e altura. Sobrevoando a Escócia, a primeira fase do voo incluiu reabastecimento aéreo, com o MSN 6 atuando como receptor de um reabastecedor A330 MRTT Voyager da RAF.
Cenários operacionais em brusca mudança exigiram mudanças rápidas de configuração e, embora não tenha sido testado nesta missão, a capacidade integrada de reabastecimento ar-ar permite que a aeronave também seja rapidamente reconfigurada para se tornar um reabastecedor, uma adaptabilidade-chave do A400M.
Uma vez reabastecido, durante a segunda parte do voo, o MSN 6 demonstrou como, apesar de seu peso, foi capaz de realizar uma descida íngreme e um voo de baixo nível. Essa capacidade essencial para uma aeronave de transporte militar melhora o mascaramento de terreno e a capacidade de sobrevivência do A400M, tornando a aeronave menos detectável em áreas hostis e menos suscetível a ameaças ao cruzar para operações militares importantes.
Para a última fase do voo, o MSN 6 mostrou do que é capaz ao ‘lançar cargas’ tanto em velocidade quanto em altura. Durante esta fase, quatro cargas de 1 tonelada cada foram lançadas sobre uma zona de lançamento controlada.
As características de baixa velocidade do tipo tornam o A400M ideal para lançamento de suprimentos de baixa altitude, garantindo uma resposta muito rápida e direta a qualquer ocorrência e, uma vez no solo, é projetado para descarga ou carregamento muito rápido sem qualquer equipamento especializado de apoio em terra, minimizando a vulnerabilidade da aeronave à ação hostil.
Toda a missão foi conduzida pela tripulação mínima necessária para a tarefa: dois pilotos e um loadmaster, auxiliados por dois tripulantes de carga qualificados, tendo também a bordo nos controles as autoridades de tripulação da Organização de Certificação e Qualificação (CQO) a fim de confirmar a aceitabilidade dos resultados do teste.
“Durante o voo, a tripulação recebeu uma ordem de replanejamento para evitar uma simulada ameaça terrestre e também para modificar a entrega de carga para ser representativa de um cenário real numa missão operacional complexa”, explicou César González, Engenheiro de Testes de Voo a bordo.
“Todos os objetivos foram cumpridos e a missão foi totalmente bem-sucedida, revelando que a carga de trabalho da tripulação era totalmente aceitável para esse tipo de operação complexa”, acrescentou.
Paraquedismo testado pela Royal Air Force com seu A400M
O paraquedismo continua sendo uma capacidade fundamental para as operações militares atuais. Recentemente, paraquedistas da RAF fizeram as primeiras descidas de paraquedas de baixo nível do A400M da Royal Air Force, pois será a aeronave a entregar a capacidade de paraquedismo dos militares em 2023.
Os testes foram planejados e entregues pelo Esquadrão No. 206, o esquadrão de avaliação e teste de aeronaves pesadas da RAF e a Unidade de Avaliação e Teste de Entrega Aérea Conjunta. Os despachos da RAF da Equipe de Teste de Paraquedas auxiliaram os paraquedistas na instalação e estudo do equipamento, realizando verificações finais antes do despacho e garantindo o envio seguro dos paraquedistas da aeronave antes de recuperar suas linhas estáticas.
O 21º A400M entregue à Royal Air Force
Com o MSN 056 entregue esta semana no Reino Unido, a Royal Air Force já recebeu 21 dos 22 A400M encomendados. Desde a primeira entrega em 2014, a RAF realizou várias missões importantes, tendo este avião de transporte de nova geração como um grande trunfo e destacando seu alcance e carga útil.
Durante a evacuação de Cabul, a RAF evacuou mais de 15.000 pessoas com mais de 100 voos, 31 dos quais foram conduzidos pelo A400M. Entre outros, a RAF também completou uma missão de ida e volta de nove horas com um A400M do Reino Unido para realizar reabastecimento aéreo em apoio a um exercício de treinamento do Exército do Reino Unido na Estônia.
O A400M foi lançado em 2003 para responder às necessidades combinadas de sete nações europeias agrupadas na OCCAR (Bélgica, França, Alemanha, Luxemburgo, Espanha, Turquia e Reino Unido), com a adesão da Malásia em 2005. Esta é uma das principais razões por trás sua extrema versatilidade e o motivo pelo qual já 10 países têm a nova geração de aeronaves em suas frotas.
“O A400M está se tornando um ativo fundamental para as atividades e operações de transporte aéreo militar de nossos clientes, e missões como essa mostram que estamos sempre de plantão para eles quando mais importa”, disse Jean -Brice Dumont, chefe de sistemas aéreos militares da Airbus Defence and Space.
Informações da Airbus
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