Aviões presidenciais russos voam na Europa com rotas alternativas e violação de espaço aéreo

Foto: Curimedia | P H O T O G R A P H Y, CC BY 2.0, via Wikimedia

Nos últimos dias, aeronaves do modelo Ilyushin IL-96-300 da Rossiya, operando para o Esquadrão Especial de Voos da Rússia, o mesmo que faz os voos presidenciais de seu país, têm sido vistas sobrevoando a Europa. Sempre seguindo por rotas alternativas e sob forte vigilância, os voos tinham objetivo transportar diplomatas russos expulsos de países europeus, como relata a rede Al Jazeera.

Como parte dos desdobramentos da invasão russa na Ucrânia, muitos membros do corpo diplomático russo receberam a pecha de “pessoas indesejadas” dos paíse europeus, sendo, portanto, expulsas junto com suas famílias. Para que as pessoas fossem retiradas, autorizações especiais de pouso foram concedidas.

Muito monitoramento

Cada novo voo das aeronaves russas sobre o espaço aéreo europeu é sujeito a grande monitoramento, seja dos curiosos, através das ferramentas de rastreamento, seja dos países, já que qualquer violação de espaço aéreo pode elevar as tensões.

Uma dessas possíveis violações teria ocorrido no dia 8, quando um jato russo a caminho de Berlim, teria saído do espaço aéreo internacional e ingressado, por três minutos, no setor controlado pela Finlândia (imagem abaixo). Foi o suficiente para o governo finlandês ficar de prontidão e, depois, a mídia local repercutir vocalmente.

O caso está sendo investigado. Nas ferramentas de rastreamento não é possível observar a violação, que teria sido tênue. De qualquer forma, o caso dá dimensão do nível das tensões.

Rotas alternativas

Outra curiosidade dos voos são as rotas alternativas que têm usado para chegar e sair de seus destinos, sempre contornado, o máximo possível, os países da região. Com as sanções, as rotas diretas são coisa do passado, num cenário que ainda deve perdurar por um longo tempo.

Num dos voos, de Moscou para Madri, em 11 de abril, o jato de matrícula RA-96019 teve que fazer uma volta enorme, como mostra a imagem abaixo, do Radarbox. Um voo que seria de 5 horas que se transformou em um de mais de 8 horas.

No dia seguinte, 12 de abril, a mesma aeronave continuou seu percurso até Atenas, onde também resgataria diplomatas expulsos. Novamente, o voo fez uma volta grande, antes de chegar ao seu destino, percorrendo uma boa parte do norte da África, como mostra a imagem abaixo.

Da Grécia, a volta para Moscou também contou com uma enorme curva, mas foi mais fácil de chegar em casa, já que a Turquia autorizou o sobrevoo de seu espaço aéreo.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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