O chefe da Emirates, Tim Clark, pediu na quinta-feira por mudanças na Boeing, em resposta às críticas dos reguladores dos Estados Unidos. Contudo, ele não chegou a pedir uma reformulação na gestão da fabricante de aviões, que atualmente lida com sua mais recente crise de segurança, conforme detalha uma matéria da Reuters.
Falando em Londres, Clark também levantou a possibilidade de que a primeira entrega do 777X da Boeing, o maior jato bimotor do mundo cujo desenvolvimento já foi atrasado por cinco anos, pudesse ser adiada para 2026, em vez de no final de 2025.
“A Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA disse que havia uma desconexão entre a gestão e o sistema de segurança. Isso é algo que alguns de nós vêm dizendo há muito tempo”, disse Clark durante um evento no UK Aviation Club.
Na quarta-feira, a FAA disse que a Boeing deve implementar “melhorias profundas” e desenvolver um plano para resolver “problemas sistêmicos de controle de qualidade” nos próximos 90 dias, após o rompimento de um painel em um jato 737 MAX 9 no mês passado, aparentemente causado por parafusos ausentes.
“Eles realmente precisam fazer isso. Se isso implicar uma mudança no modelo de governança, eu não sei. Quando você muda o modelo de governança, normalmente envolve a alteração das pessoas envolvidas no antigo modelo de governança”, Clark disse a jornalistas.
Clark disse que as pressões sobre a gestão da Boeing eram “realmente, realmente, realmente agudas”. “É uma pena que a força de trabalho da Boeing e as habilidades técnicas e de engenharia dessa empresa são inigualáveis… Toda a situação é recuperável. Basta colocar as pessoas certas para fazerem as coisas certas”, acrescentou.
A Emirates é a maior operadora mundial de aeronaves de longo curso e Clark, um veterano do setor, exerce influência significativa sobre os fabricantes de aeronaves e outros fornecedores.
