O setor aéreo russo enfrenta desafios consideráveis, destacados recentemente pelo CEO da S7 Airlines, Evgeny Elin. A principal preocupação recai sobre a tecnologia dos motores russos, com especial ênfase no Aviadvigatel PD-14, utilizado na aeronave MC-21 (ou MS-21). As declarações de Elin durante uma conferência industrial em São Petersburgo revelam uma visão crítica do estado atual dos motores russos.
Segundo Elin, o Aviadvigatel PD-14, utilizado no MS-21, exigirá sua retirada após apenas 3.600 horas de operação nos estágios iniciais. Ele enfatiza que somente em 2030 esse valor será estendido para 12.500 horas. Em comparação, Elin destaca o motor ocidental CFM-56, que oferece incríveis 40.000 horas de operação antes da necessidade de manutenção.
Segundo o aeroTELEGRAPH, a disparidade levanta preocupações sobre a competitividade dos motores russos no mercado global, com a indústria ocidental mantendo uma significativa vantagem tecnológica. Elin, ex-ministro interino do Desenvolvimento Econômico, recomenda ativamente a prática de “Reverse Engineering” como uma estratégia para diminuir a lacuna tecnológica. Isso envolveria a imitação e implementação de tecnologias avançadas para prolongar a vida útil das aeronaves.
O CEO da S7 Airlines sugere que a Rússia, ao desenvolver motores próprios, inevitavelmente ficará atrás devido ao atraso tecnológico de cerca de 15 anos em relação aos fabricantes ocidentais. Ele enfatiza a necessidade de aprender com a manutenção de motores estrangeiros, fabricar componentes e, crucialmente, adquirir conhecimentos essenciais para o desenvolvimento de motores domésticos.
Além dos desafios tecnológicos, a situação geopolítica também impactou o setor aéreo russo. Com as sanções ocidentais e o conflito na Ucrânia, a Rússia enfrenta dificuldades no fornecimento de peças de reposição e serviços de manutenção para suas frotas de Airbus e Boeing. Como resposta, a S7 Airlines foca em manter a aeronavegabilidade de suas frotas, com prioridade dada à Aeroflot para aquisição de aeronaves produzidas localmente.
Essa abordagem é vital, especialmente considerando os problemas de manutenção que afetam parte da frota da S7 Airlines, como evidenciado pela redução de voos anunciada em dezembro devido a questões nos motores Pratt & Whitney das aeronaves A320neo/A321neo.
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