Complicações em voos levam passageiros aos Juizados Especiais Cíveis nos Aeroportos do Rio

Aeroporto Internacional do Galeão – Imagem: Depositphotos

A busca por soluções rápidas e eficazes em situações adversas durante viagens aéreas tem levado cada vez mais passageiros à justiça do Rio de Janeiro. Diversos casos recentes envolvendo companhias aéreas foram registrados, destacando-se a experiência de Luiz Carlos, Ricardo e Alexandra, e Maria Vitória, que enfrentaram contratempos diversos durante suas viagens.

Luiz Carlos comprou uma passagem do Rio para Fortaleza, com conexão em Salvador e, devido a um atraso de cerca de seis horas, perdeu o segundo voo, e não recebeu assistência da empresa, prejudicando seu compromisso de trabalho. O casal Ricardo e Alexandra contratou um pacote turístico para Orlando, tendo havido confirmação dos voos. No entanto, somente no dia da viagem de volta, descobriram que seu retorno havia sido transferido para seis dias depois.

O casal, que estava com crianças, alega que permaneceu este tempo extra nos Estados Unidos sem condições financeiras para tal, passando por várias privações e tendo despesas não previstas. Maria Vitória viajou para Paris, mas teve suas malas extraviadas por dez dias, período em que precisou repor itens de vestuário e higiene pessoal.   

Nos postos dos Juizados Especiais Cíveis do Rio nos aeroportos foram realizados 4.913 atendimentos até outubro deste ano, com uma média de 491 casos atendidos por mês e a pactuação de 785 acordos. Dos casos em que cabe a celebração de acordo, o índice é de 97% de resolução da questão sem a necessidade de continuidade processual.

A maior parte das ocorrências refere-se a documentos (27,93%), seguido de cobrança/multa por remarcação (21,94%), pedido de informação (12,47%) e defeito no serviço (10,51%). A companhia área com maior número de atendimentos vinculados foi a Gol, seguida da Latam e da Azul.  

Criação dos Juizados dos aeroportos  

Os Juizados Especiais Cíveis dos Aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim (Galeão) foram inaugurados em 2007 com o objetivo de solucionar de maneira rápida os problemas entre passageiros e as companhias aéreas, atendendo as necessidades dos usuários.   

O trabalho nos Juizados dos aeroportos busca alcançar a conciliação, com acordos para resolver demandas como cancelamentos de voos, atrasos, overbooking e perda de bagagem, entre outros, ocorridos no momento de embarque e desembarque dos passageiros. O atendimento é realizado sem custo e com uma celeridade maior do que a de um processo judicial, abrangendo questões que envolvam até 20 salários-mínimos, sem a necessidade de advogado.   

Antes, o consumidor que quisesse entrar com uma ação contra uma empresa aérea precisava ajuizá-la em um Juizado Especial Cível. Com as novas unidades judiciárias, ele pode entrar com a ação na mesma hora e, após uma audiência de conciliação que pode durar apenas alguns minutos, é emitido um título com o que ficou acertado entre o consumidor e a empresa aérea ou o órgão responsável.  

Informações do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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