Efeitos da radiação cósmica no corpo dos tripulantes durante o voo são estudados pelo ITA com 42 voluntários

Imagem: Divulgação / ITA

O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) informou nesta sexta-feira, 29 de dezembro, que realizou, entre os dias 20 e 21 de dezembro, duas atividades em voo para avaliar possíveis efeitos biológicos em tripulantes de aeronaves por exposição à radiação cósmica.

As missões fazem parte dos projetos Efeitos da Radiação Ionizante de Origem Cósmica em Aeronavegantes (ERICA) e Efeitos Nocivos da Radiação Ionizante em Tripulações, Sistemas Aeroespaciais e Defesa (ERISA-D) e têm como objetivo verificar as consequências genotóxicas, ou seja, a capacidade que essa radiação tem de induzir alterações no material genético dos indivíduos expostos a ela.

Ao todo, 42 voluntários foram submetidos a coletas de sangue antes da decolagem e depois do pouso para aferir os dados analisados pelo estudo.

“É conhecido que tripulações de aeronaves recebem uma dose de radiação cósmica pela rotina de voo em altitudes elevadas até duas ordens de grandeza superiores à dose ao nível do solo. O objetivo do estudo é avaliar possíveis efeitos biológicos dessas radiações, tais como quebras na cadeia cromossômica, decorrentes dessa exposição”, explica o Professor Doutor Maurício Tizziani Pazianotto, coordenador do projeto ERICA e membro do Departamento de Física do ITA.

Além das análises dos efeitos biológicos, foram realizadas medições da dose de radiação cósmica durante o voo por detectores desenvolvidos pelo Laboratório de Dosimetria Aeroespacial (LDA) do Instituto de Estudos Avançados (IEAv).

Os dados obtidos por estes equipamentos serão utilizados para validar a plataforma Radiation Environment Platform (REP), desenvolvida pelo ITA em parceria com o IEAv, e que pode ser a primeira interface sul-americana de cálculo de dose de radiação em voo de aeronaves, em qualquer rota ou posição geográfica, desde o solo a até 80 km de altitude.

O projeto ERICA é coordenado pelo Departamento de Física do ITA e pelo IEAv, em colaboração com o Laboratório de Bioengenharia do ITA (LBE), a Universidade de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).

Os voos foram realizados através do apoio do Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV) e do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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