Expressando insatisfação por ter sido excluída de um acordo de suborno da Airbus de US$ 3,8 bilhões alcançado com autoridades francesas, britânicas e americanas em 2020, a Indonésia pede garantias do Reino Unido de que compartilhará qualquer acordo futuro resultante de uma investigação de corrupção na Bombardier Aerospace no mesmo sentido.
Segundo matéria do Financial Times, a Garuda Indonesia e sua subsidiária de baixo custo Citilink foram alvo de uma investigação em que a Airbus admitiu suborno e crimes de corrupção em vários países em seus esforços para vender aeronaves. Em seu caso, a comissão anticorrupção da Indonésia alegou que Airbus, Bombardier e Rolls-Royce haviam pago subornos a Emirsyah Satar, ex-presidente-executivo da Garuda.
Cahyo Muzhar, chefe de assuntos administrativos jurídicos do Ministério de Direito e Direitos Humanos da Indonésia, disse ao Financial Times que o Reino Unido não sofreu nenhuma perda financeira, enquanto a Indonésia gastou cerca de US$ 131 milhões em sua própria investigação. Muzhar também afirmou que o governo indonésio enviou duas cartas a seus homólogos no Reino Unido, pedindo a Londres que compensasse Jacarta com a parcela britânica de US$ 1,05 bilhão no acordo da Airbus.
O Serious Fraud Office (SFO) do Reino Unido disse que está investigando a Bombardier sobre a suspeita de corrupção envolvendo Garuda e pediu a ajuda da Indonésia. Por meio de um porta-voz, o SFO disse ao Financial Times que sua investigação sobre suspeita de suborno e corrupção na Bombardier está em andamento.
As autoridades do Reino Unido disseram que levariam “o pedido da Indonésia a sério”, de acordo com Muzhar. “Estamos confiantes de que o Reino Unido apresentará algo”, acrescentou. Ele disse ainda que a exclusão indonésia do acordo da Airbus deixou um profundo ressentimento no país. A expectativa é de que o SFO possa chegar a um acordo com a Bombardier em breve.
