EUA dá aval para que Argentina compre caças F-16 da Dinamarca

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O governo de Javier Milei parece ter definido a compra de caças F-16 Falcon para a Força Aérea Argentina, e os EUA já deram o aval. De acordo com o jornal Clarín e outras fontes locais como o portal parceiro Aviacionline, o ministro da Defesa da Dinamarca, Troels Lund Poulsen, chegará à Argentina em 26 de março para fechar o acordo de compra.

Estima-se que seja algo entre 24 a 28 caças Lockheed Martin F-16A/B Viper com upgrade de meio de vida (MLU), retirados de serviço pela Força Aérea Dinamarquesa que agora está recebendo o mais moderno F-35 Lightining II, encerrando assim a busca prolongada por um caça multirole supersônico para a Força Aérea Argentina (FAA).

Hoje a Dinamarca tem operacional 43 jatos F-16 operacionais, e já vai passar uma parte em doação para a Ucrânia. Estes caças são da sua encomenda original de 1980 como país que ajudou no desenvolvimento do Falcon, e receberam o MLU do lote Block 15, que deixou os caças com os mesmo aviônicos dos últimos F-16C/D do lote Block 50/52.

Estes caças são capazes de combate em qualquer condição meteorológica e já são integrados com os mísseis AIM-120 AMRAAM que permitem combates aéreos fora do alcance visual (BVR). Este tipo de míssil, junto do AIM-9 Sidewinder guiado a calor será incluso no pacote.

A compra dos F-16 contará com um financiamento generoso concedido pelos EUA, pelo qual a Argentina terá 6 anos para pagar os cerca de US$700 milhões de dólares que a operação envolve. Este orçamento será dividido quase igualmente entre a compra das aeronaves, peças sobressalentes, simuladores e treinamento do pessoal da FAA, e a aquisição de armamentos guiados que os caças portarão. Hoje a FAA conta apenas com poucas unidades do caça A-4 Skyhawk completamente operacionais.

E nesta sexta-feira pela tarde o Twitter oficial do Departamento de Estado parabenizou a Argentina pela aquisição, confirmando o aval dos americanos, e em parte dos britânicos que semrpe barraram aviões de ataque para a Argentina já que a fabricante de maioria dos assentos ejetáveis do mundo é a Martin-Baker, sediada em Uxbridge, Inglaterra.

Com a aprovação do Comando Sul dos EUA, a transação poderá contar também com a aprovação da comandante em chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, a general Laura Richardson, que visitará a Argentina em 3 de abril e buscará acordo com o governo para a organização de um sistema de controle contra o avanço da China no Atlântico Sul. Para isso, ela planeja visitar a base militar conjunta em Ushuaia e viajar a Neuquén, onde a China possui uma instalação de monitoramento do espaço profundo, que preocupa muito Washington.

A situação da violência desencadeada em Rosário por organizações narcotraficantes também estará na agenda de Richardson. E embora a escolha do F-16 sobre o JF-17 “Thunder” sino/paquistanês evidencie uma mudança pró-americana na política externa da Argentina, a chefe do Comando Sul, em nome do governo de Joe Biden, buscará uma reunião privada com Milei para pedir que ele atenue seu apoio explícito à candidatura de Donald Trump para as eleições presidenciais dos EUA, onde ambos são rivais.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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