O Departamento de Defesa dos EUA (DoD) recebeu luz verde do presidente Joe Biden para apoiar o treinamento de pilotos da Força Aérea ucraniana (UAF) para as aeronaves F-16 fabricadas nos Estados Unidos. O anúncio foi feito na terça-feira pelo Pentágono. A Dinamarca e a Holanda foram designadas para liderar a iniciativa de treinamento de pilotos, segundo informou a vice-secretária de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh.
O treinamento foi planejado na cúpula da OTAN realizada em julho na Lituânia. O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, tuitou em 11 de julho que “os F-16 protegerão os céus da Ucrânia e o flanco oriental da OTAN”, alegando que a força aérea nacional está pronta para assumir o comando das aeronaves o mais rápido possível.
De acordo com o ministério da Defesa dinamarquês, o objetivo do treinamento é que a UAF domine o uso básico dos F-16 e atenda aos requisitos técnicos necessários para manejá-los. Pilotos, técnicos e membros do pessoal de apoio participarão do treinamento.
Contudo, a grande questão é sobre quando e de onde a Ucrânia receberá os aviões reais. O governo americano – bem como os aliados na OTAN – têm-se recusado a autorizar uma transferência da Força Aérea dos EUA, ou de outras nações de sua aliança.
O antigo comandante da aliança, general aposentado Phillip Breedlove, defende que a desaceleração deste processo está a acontecer em Washington pela preocupação de que medidas rápidas possam desencadear eventos de grande dimensão, uma vez que Putin pode possivelmente usar armas táticas nucleares em solo ucraniano.
Kiev está neste momento no meio de um contra-ataque, abrangendo várias partes da linha de frente entre as forças ucranianas e russas, e nenhum dos dois lados do conflito pode reivindicar superioridade aérea. Esta condição é normalmente considerada necessária para o sucesso de uma ofensiva, de acordo com a doutrina militar ocidental.
Diante deste impasse, surge a debate a retórica acerca da eficácia deste treinamento e da efetiva necessidade dos aviões, que permite considerar se a assistência financeira seria melhor destinada noutras áreas.