Há 44 anos, a grande inovação dos “winglets” era testada pela primeira vez em voo

O KC-135 voando com winglets em 1979 – Imagem: NASA

Quarenta e quatro anos atrás, em julho de 1979, a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos, a NASA, começou a testar uma tecnologia que se tornaria uma das contribuições mais visíveis e benéficas da agência para a aviação comercial mundial: os winglets, dispositivos voltados para cima nas extremidades das asas dos aviões.

Inspirada na maneira como os pássaros defletem as penas das pontas das asas para cima, essa inovação foi desenvolvida pelo Langley Research Center da NASA em Langley, Virgínia.

Depois de testar esse projeto em túneis de vento, os winglets provaram ser eficazes em testes de voo no que hoje é o Armstrong Flight Research Center da NASA em Edwards, Califórnia.

Os winglets são projetados para operar no vórtice das pontas das asas, um redemoinho de ar que ocorre nas extremidades das asas de um avião. Este redemoinho de ar espirala atrás de um avião, resultando em arrasto, denominado “arrasto induzido”.

Os dispositivos reduzem essa perda de energia, reduzindo o fluxo de ar que sai da parte inferior para a superior da asa e, com isso, diminuindo os redemoinhos nas pontas das asas. Ao reduzir o arrasto da ponta da asa, o consumo de combustível diminui e o alcance é estendido.

Em 24 de julho de 1979, o primeiro voo de teste de winglet decolou do então Dryden Flight Research Center, agora Armstrong. O programa de testes foi um esforço conjunto entre a NASA e a Força Aérea dos EUA (USAF), que forneceu a aeronave KC-135 Stratotanker, uma versão modificada do jato Boeing 707.

Ao longo de 48 voos de teste, os winglets provaram reduzir o arrasto das pontas das asas, aumentando a eficiência de combustível em 6% a 7%.

Winglets começaram a ser usados em jatos comerciais e executivos no início de 1990. Desde então, vistos em cerca de 10.000 jatos, economizaram mais de 10 bilhões de galões de combustível e reduziram as emissões de CO2 em mais de 130 milhões de toneladas.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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