A indústria russa está diante da pressão das sanções ocidentais desde que o país invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro. Os embargos, liderados principalmente por EUA e Europa, levaram à saída de parceiros estrangeiros e a ruptura das cadeias de suprimentos russas, exigindo uma reorientação dos mercados de exportação e o fortalecimento de sua soberania tecnológica.
Nesse contexto, o chefe do Ministério da Indústria e Comércio, Denis Manturov, falou em entrevista à agência estatal TASS sobre as perspectivas de desenvolvimento da indústria aeronáutica russa até 2030, atualizou sobre reuniões com parceiros estrangeiros, e também comentou sobre as iniciativas de substituição de importações.
Segundo Manturov, “de acordo com as instruções do Presidente [Putin], seguindo os resultados da reunião sobre o desenvolvimento do transporte aéreo e fabricação de aeronaves, nós, juntamente com o Ministério dos Transportes, formamos um programa abrangente para o desenvolvimento da indústria aeronáutica até 2030. Um de seus parâmetros é a previsão de produção de aeronaves, que inclui o balanço ótimo de volumes e prazos de entrega”.
Até 2030, as empresas da indústria da aviação confirmaram a possibilidade de fornecer mais de mil aeronaves para as necessidades da aviação civil, substituindo simultaneamente componentes estrangeiros por contrapartes russas e modernizando a produção, quando necessário.
Nesse pacote de aeronave estão modelos novos, como:
– 142 jatos Sukhoi Superjet SSJ New, que contará apenas com componentes russos;
– 270 MC-21-310, em processo de certificação;
– 70 Il-114-300, o modernizado turboélice regional;
Além desses, há ainda exemplares de programas antigos ressuscitados, incluindo 70 Tu-214 e 12 Il-96-300. Somam-se aos acima aeronaves de menor porte Ladoga, L-410 e Baikal, que ajudarão a abastecer as frotas das companhias regionais e locais, em quantidades não informadas.
Em adição aos aviões, haverá a entrega de 764 helicópteros no mesmo período, com principal ênfase nos helicópteros Ansat (201 unidades) e Mi-8 (276 unidades) que são os mais procurados.
No contexto das restrições de sanções, o Manturov salientou que os dados de pesquisas de companhias aéreas confirmam que esses volumes de aeronaves estarão em plena demanda pelas operadoras domésticas ao longo do restante desta década.