A lucratividade das companhias aéreas deve decolar em 2024, com um aumento projetado de aproximadamente 60% no lucro líquido por passageiro, segundo dados revelados recentemente pela consultoria britânica IBA.
De acordo com o evento de atualização do mercado de janeiro de 2024 da IBA, prevê-se que o lucro líquido por passageiro passará de US$ 6,40 em 2023 para US$ 10,20 em 2024 – um acréscimo de 59,4%. Este surge à medida que as companhias aéreas continuam a aumentar a capacidade, com um acréscimo de 18% nos ASK (Assentos Disponíveis por Quilômetro) do primeiro trimestre, comparativamente ao primeiro trimestre de 2023, conforme dados do IBA Insight.
Em 2023, as companhias aéreas da Europa e da Ásia-Pacífico dominaram as encomendas de aeronaves, totalizando cerca de 1.000 novos compromissos. Este cenário que propulsou as encomendas líquidas totais para um recorde de 3.368 aeronaves, mais do que o dobro do valor de 2022, com cancelamentos de pedidos praticamente insignificantes.
As taxas de produção de aeronaves têm aumentado desde a pandemia, tanto para aeronaves widebody quanto narrowbody, mas ainda será um desafio cumprir metas futuras.
No fim de 2023, os dois principais fabricantes estavam pouco além de 60% de suas metas de produção de narrowbody para meados da década, e menos de 50% para widebodies. Isso implica que o número de novas aeronaves que faltaram no sistema superará 4.100 unidades até 2027, impacto que será sentido durante todo o ciclo de vida dessas aeronaves.
Prevê-se que o número de passageiros aumentará nos próximos anos, com o tráfego de 2024 superando o de 2019 em 4%, o que destaca uma recuperação geral do tráfego aos níveis pré-pandêmicos. Esta tendência de ascensão não mostra sinais de desaceleração.
As empresas aéreas continuam a expandir a capacidade em 2024, demonstrando a recuperação da indústria desde 2020. Os ASK globais do primeiro trimestre aumentaram 18% ano a ano, com a Europa e o Oriente Médio aumentando em 11%, a África em 28%, a Ásia-Pacífico em 27% e a América do Norte em 7%.
Apesar do desempenho geral melhorar ligeiramente, com a Média Ponderada Global da IBA aumentando para 80% em 2024 em comparação com 79% em 2023, várias companhias aéreas permanecem na zona de risco da IBA para desempenho e lucro.
Menos Quebras
Com a melhoria da posição financeira das companhias aéreas, houve uma diminuição nas falências em comparação com os níveis de 2020 (45 transportadoras), mas um ligeiro aumento ano a ano, de 19 companhias aéreas em 2022 para 23 em 2023.
Espera-se que a atividade de negociação de aeronaves na aviação aumente em 2024, chegando perto de 4.000 transações, em comparação com menos de 3.500 em 2023. Esse crescimento previsto é alimentado por fusões e aquisições de empresas de leasing e pelo aumento da negociação dos aviões arrendados.
Taxas de Arrendamento
Os valores e taxas de leasing de aeronaves estão a caminho de experimentar um crescimento forte em 2024. Segundo as projeções da IBA, o 737 MAX 8 e o A320neo se igualam em valores de arrendamento de novas aeronaves, que devem atingir US$ 410.000 por mês para ambos os modelos até julho de 2024.
Enquanto isso, os valores de mercado para aeronaves de corpo largo (widebdy) de nova produção já atingiram os níveis de 2019 e um crescimento adicional é esperado em 2024. O crescimento será liderado pelos modelos A350-900 e A330neo. A IBA prevê que essas aeronaves apresentarão uma valorização de 5,8% e 5,3%, respectivamente, nos 12 meses até julho de 2024.
Destaca-se também a forte valorização dos valores e taxas de leasing das aeronaves narrowbody de meia-idade em 2023, com novos ganhos previstos para 2024. O valor de mercado do modelo A321-200 deve aumentar 25,5% nos 12 meses até julho de 2024, e sua taxa de leasing deve crescer 31,1% no mesmo período.
Os valores de mercado das aeronaves widebody de meia-idade estão previstos para dobrar em relação às recentes baixas. Espera-se que o valor do modelo A330-300 cresça 107,5% nos 12 meses até julho de 2024. Além disso, as taxas de leasing também estão apresentando forte recuperação e devem ultrapassar os níveis de 2019 até meados de 2024.
