NTSB: Fone caiu da cabeça de piloto do 737 MAX devido à perda da peça em voo; dados do CVR foram perdidos

Imagem meramente ilustrativa – Fonte: carlosphotos, via Depositphotos

À medida que avançam as investigações em relação à ocorrência da última sexta-feira, 5 de janeiro, com o Boeing 737 MAX-9 da Alaska Airlines em Portland, nos Estados Unidos, mais detalhes vão sendo disponibilizados pelos investigadores do Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos EUA (NTSB).

Ontem, 7 de janeiro, durante coletiva de imprensa de Jennifer Homendy, presidente do NTSB, foram disponibilizadas diversas novas informações, como o fato de que foi encontrada o tampão que foi perdido em voo (uma espécie de “porta tampão” instalada no lugar da saída de emergência, pois essa saída não é utilizada no avião em questão).

Representação da peça que foi perdida, em imagem do manual de manutenção

Além disso, outro aspecto abordado por ela foi a descompressão que ocorreu devido à perda do tampão. Na altitude de pouco mais de 16 mil pés (4,9 km) em que estava o 737 MAX, a diferença entre a pressão interna mantida pelo avião e a baixa pressão externa já era elevada o suficiente para uma descompressão explosiva. Com isso, a saída do ar foi tão forte que sacudiu os dois pilotos o suficiente para remover os fones de ouvido (headset) de um deles.

A descompressão explosiva produziu força suficiente para abrir a porta do cockpit, e os pilotos foram forçados a usar os alto-falantes do cockpit junto com as máscaras de oxigênio. Isso acaba por ajudar a entender o motivo de a voz da piloto da Alaska estar tão alterada na gravação das comunicações com a controladora de tráfego aéreo.

Outro detalhe abordado por Jennifer foi que não foram salvos os dados do gravador de voz do cockpit (CVR – Cockpit Voice Recorder). Após a ocorrência, não foi efetuado o procedimento de paralisar o funcionamento do equipamento, que tem apenas duas horas de autonomia de gravação. Com isso, o CVR continuou gravando e os novos dados foram sobrescritos às gravações da ocorrência.

Não por acaso, a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) avalia exigir que esta “caixa-preta” dos aviões passe a gravar 25 horas de áudio.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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