Número de eventos com passageiros indisciplinados em voos no Brasil segue alto em 2023, aponta ABEAR

Remoção de passageiro de um voo da Azul em 2022

O número de eventos com passageiros indisciplinados em voos no Brasil segue alto em 2023, conforme mostra levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR).

Em 2022 foram 585 ocorrências, recorde em quatro anos. No primeiro trimestre de 2023, as associadas ABEAR já registraram 114 episódios, equivalente a mais de um caso por dia.

Cerca de um quarto dos eventos, segundo classificação da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), inclui comportamento agressivo do passageiro, envolvendo agressão física e/ou ameaças.

“É um dado alarmante, que afeta todos os passageiros desses voos, pois determinados casos podem atrasar a decolagem e, em ocorrência com o avião já em rota, pode ocorrer de a aeronave pousar em um aeroporto próximo. Isso interfere em toda a malha aérea, com atraso dos voos seguintes, impacto no tráfego aéreo e no gerenciamento de tripulação”, afirma a presidente da ABEAR, Jurema Monteiro.

Os números estão crescendo desde 2019:

– Em 2019, 304;

– Em 2020, 222 (mesmo com poucos voos, durante o auge da pandemia);

– Em 2021, 434;

– Em 2022, 585.

De 2019 a 2022, a média anual foi de 386,2 registros.

Regulação

A ABEAR participa de um grupo de trabalho criado pela ANAC para analisar o tema e tem pleiteado mais rapidez na definição de regras claras para o gerenciamento dos casos, incluindo punições mais severas e que podem contemplar multas, indenização dos prejuízos e, para os casos mais graves, a proibição de voar.

“O passageiro que incita esses atos a bordo pode responder à Justiça, mas não há nenhum impeditivo para ele utilizar o transporte aéreo. A ABEAR acredita que procedimentos aplicados em outros países, como a ‘no fly list usada’ por companhias aéreas nos Estados Unidos, que impede o passageiro de usar o transporte aéreo por determinado período, pode ser um caminho a ser seguido no Brasil, ajudando a coibir essa indisciplina dos viajantes”, pontua Jurema.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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