Outro comissário de bordo alega que colegas de trabalho o chamaram de “máfia chinesa”

Boeing 767-300ER da Delta Air Lines

A companhia aérea americana Delta Air Lines está sendo acusada novamente de preconceito, ao permitir que colaboradores rotulem um comissário de bordo de origem asiática como membro da “máfia chinesa”, por causa de sua aparência física ser de um americano descendente de havaianos e samoanos. Este é o segundo caso desde dezembro, quando a empresa foi processada pelo mesmo motivo, conforme noticiou o AEROIN.

Após sofrer com os discursos preconceituosos, o comissário de bordo George Kaaihue foi reclamar com seu supervisor sobre o abuso que estava recebendo, no entanto, o colaborador afirma que, em vez de apoiá-lo, a companhia aérea o retaliou, colocando-o sob investigação por trocar viagens com outros colegas comissários.

Kaaihue diz que saiu da empresa porque poderia ser demitido após uma breve investigação no início de 2022, mas agora está apelando a um tribunal distrital da Geórgia, nos Estados Unidos, para ordenar que a Delta o restabeleça em seu antigo emprego como comissário de bordo veterano de quase 10 anos.

De acordo com o site Paddle Your Own Kanoo, o comissário ingressou na Delta como agente de reservas em 2009, antes de ser contratado como comissário de bordo dois anos depois. Baseado em Seattle, Kaaihue diz que usava rotineiramente um sistema de computador interno para trocar viagens com colegas de trabalho – uma prática que é bastante comum na indústria da aviação.

Mas em julho de 2021, Kaaihue diz que começou a notar seus colegas de trabalho e gerentes se referindo a ele e a outros comissários de bordo de aparência asiática como membros da “máfia”. Nessa mesma época, um gerente chegou a alertar Kaaihue sobre pegar ou trocar viagens como fazia há anos, porque isso o marcaria como membro da “máfia asiática”.

O comissário de bordo então reclamou com um gerente de base sobre as ofensas recebidas, mas um mês depois ele diz que foi chamado ao escritório para ser questionado sobre “irregularidades na viagem”. Pouco tempo depois, Kaaihue foi suspenso do serviço após ser acusado mentir sobre sua troca de viagem.

Diante da situação, em janeiro de 2022, Kaaihue foi informado de que seria demitido devido a “preocupações” com a troca de viagens. O tripulante apelou da decisão, mas foi rapidamente rejeitado.

A ação alega discriminação racial e preconceito com base na nacionalidade, bem como retaliação. Se Kaaihue ganhar o processo, ele também pode receber o pagamento atrasado, uma quantia não especificada em danos compensatórios e uma liminar impedindo a Delta de futuras supostas violações das leis de discriminação.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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