Para acalmar locadores em meio a sanções, russa UTair tira nove Boeings 737 de operação

Boeing 737-800 – Imagem: UTair 296 / CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Como visto previamente no AEROIN, companhias aéreas russas decidiram registrar localmente as aeronaves pertencentes a locadores ocidentais, criando um registro duplo (contra as regras internacionais da aviação), para que sua aeronavegabilidade passe a ficar sob as regras russas, e não à mercê do ocidente.

A medida tem gerado grande preocupação entre as arrendatárias donas das aeronaves, mas nesta semana, a siberiana UTair anunciou que vai retirar nove Boeings 737 de serviço, citando como motivo os requisitos do proprietário, como forma de aplacar os ânimos destes.

Muitos arrendadores estão céticos sobre qualquer retorno de aviões à Rússia, com a possibilidade de que muitas deles sejam transferidos para algum registro russo sem seu consentimento. Com o movimento, a UTair espera preservar as relações de longo prazo com os locadores após o fim das sanções internacionais decorrentes da guerra com a Ucrânia.

A companhia aérea disse em um comunicado em seu site que “opera voos em estrita conformidade com as leis aplicáveis” e que, tendo recebido um aviso da Autoridade de Aviação Civil das Bermudas sobre a suspensão dos certificados de aeronavegabilidade de aeronaves registradas naquele país, “as operações de voo dessas aeronaves estavam imediatamente restritas”.

“Começamos a transferir aeronaves para o registro russo já no ano passado”, disse o presidente da UTair, Oleg Semenov, “e até hoje realizamos a transferência de toda a frota, incluindo os Boeing B767 de longo alcance. A frota existente de 50 aeronaves registradas na Rússia é suficiente para suporte ininterrupto para nossos passageiros e clientes.”

A transportadora acrescentou que “devido às exigências dos proprietários e arrendadores, e de acordo com os contratos assinados e as leis russas e internacionais, a empresa retirou das operações todas as nove aeronaves Boeing 737NG que foram usadas sob contratos de arrendamento operacional”.

Com informações do ch-aviation

Fabio Farias
Fabio Farias
Jornalista e curioso por natureza. Passou um terço da vida entre aeroportos e aviões. Segue a aviação e é seguido por ela.

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