Passageiro gravou Boeing 737 MAX emitindo chamas em decolagem abortada no Aeroporto de Congonhas

O momento do clarão das chamas, em cena do vídeo abaixo

Uma gravação feita por um passageiro em um Boeing 737 MAX na noite da última terça-feira, 22 de agosto, mostra o momento em que o avião emitiu chamas por seu motor direito durante o início de uma decolagem no Aeroporto de Congonhas, na cidade de São Paulo.

O vídeo a seguir foi publicado pelo “Viajando com o Luiz”, perfil de aviação e viagens, informando que o avião envolvido é o 737 MAX-8 registrado sob a matrícula PR-XMD, da GOL Linhas Aéreas.

Como visto nas imagens acima, apenas alguns segundos após o início da aceleração para a decolagem, ocorreu um grande clarão das chamas emitidas pelo motor, e imediatamente os pilotos abortaram o procedimento de partida.

De acordo com dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), órgão do Comando da Aeronáutica, às 20h25, a aeronave decolaria de Congonhas com destino ao Aeroporto Internacional de Belo Horizonte – Tancredo Neves, em Confins (MG), mas a tripulação ouviu um barulho semelhante a um stall de compressor e a decolagem foi abortada. O CENIPA não informou a quantidade de pessoas a bordo.

Segundo a enciclopédia digital da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), um stall (ou estol) de compressor se caracteriza por uma instabilidade na operação do compressor do motor, na qual o fluxo de ar não acompanha o formato das palhetas, causando perda de pressão e oscilações do fluxo.

A emissão de chamas é uma característica bastante comum das ocorrências do stall de compressor, podendo acontecer tanto pela admissão quanto pela exaustão do motor. O problema pode ser causado por diversos fatores, como danos por ingestão de objetos estranhos, componentes do compressor gastos, sujos ou contaminados, congelamento durante o voo, operação da aeronave fora do envelope de projeto do motor, manuseio inadequado do motor, entre outros.

Quem assistia à transmissão ao vivo do canal Golf Oscar Romeo no YouTube pôde notar que o Boeing 737 MAX foi mantido na pista por pouco mais de 1 minuto após o incidente, e então os pilotos o taxiaram até o pátio:

Segundo histórico das plataformas de rastreamento online de voos, o voo GLO-1312, cuja partida padrão é programada para as 20h05, decolou às 22h50, porém, já sendo cumprido com outra aeronave, o Boeing 737-800 de matrícula PR-GUU.

O PR-XMD ficou parado em Congonhas até a manhã da quinta-feira, 24 de agosto, e então partiu às 11h13 para Brasília, sem novas intercorrências registradas.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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